Uma mansão em tons de Rock
Tones Of Rock – “Banzaw Mansion”
Lançamento: 2020
Sonoridade: Hair Metal, Glam Metal, Hard Rock, Heavy Metal
Editora: Edição de autor
Produção: Tones Of Rock
Capa: Tones Of Rock
Formato: CD (audição em WAV)
Lista de músicas:
1 - Heavy Metal Blade
2 - Volcano
3 - Milfshake
4 - You're Going Too Fast
5 - Torn Apart
6 - Cleopatra's Slave
7 - Call Me Playboy
8 - Time Heals
9 - Maynard Boys
10 - On My Way
11 - The River
As modas, os sucessos, as épocas, tudo isso interessa pouco quando existe vontade e talento para compor música. Seja qual for a opção artística pelo género, o importante é a expressão da alma. Claro que o talento e a capacidade técnica ajudam a expor de forma mais agradável e definida essa expressividade artística, que vem do âmago. Os Tones Of Rock fazem isso mesmo e “Banzaw Mansion” é o segundo álbum da banda, lançado no final de 2020. Explorando as sonoridades Hard Rock, Hair Metal, Glam Metal e Heavy Metal, apresentam-se de forma arrojada com quase todos os condimentos que fizeram das bandas Hard Rock Americanas verdadeiros sucessos das tabelas de vendas nos anos 80. Exemplos disso foram: Poison, Mötley Crüe, Skid Row, Aerosmih, Ratt, Warrant, Dokken, Faster Pussycat, Britny Fox, Danger Danger, Tigertailz e tantas outras. Em Portugal foram e são poucas as bandas a seguir estas ondas que vieram do outro lado do Atlântico. Talvez por causa do nosso espírito saudosista e taciturno, sempre com o Fado/Fátima/Futebol como sombras. Nem o Sol que ilumina e aquece a maioria dos dias do ano este pequeno país, serviu de inspiração. Talvez até nem seja bem assim! Tudo se resume a questões culturais e sociais. Pode até estabelecer-se um paralelismo entre os E.U.A. e Portugal. O movimento criado pelas bandas acima mencionadas esteve sempre ligado ao lema Sex, Drugs and Rock’n’Roll, o equivalente em Portugal ao Sexo, Vinho e Folclore.
Considerandos sociológicos à parte, o que importa é mesmo a música que os Tones Of Rock fazem. Essa está espalhada por onze temas que compõem “Banzaw Mansion”. O som é cru e direto. Estou em crer que uma produção mais refinada, com um toque de magia de um produtor com experiência destas sonoridades, faria maravilhas. Seria o suficiente para elevar o nível das composições interessantes que a banda já tem. Hard Rock descomprometido, a piscar o olho ao Heavy Metal, como por exemplo em “Cleopatra's Slave”, com riffs mais fechados, ritmo marcado e ainda um momento de vocalização tipo Justin Hawkins dos The Darkness. “The River”, que encerra o álbum, é uma composição diferente. Pelo menos deixou-me uma sensação distinta em relação às restantes. Parece recuar mais no tempo e aproximar-se de um som Hard Rock mais original de uns Deep Purple. Talvez pelo riff mais pesado e a inclusão de teclados. “You're Going Too Fast” tem um início a fazer lembrar Scorpions para seguir em frente com um refrão a ritmo acelerado. No geral o álbum tem músicas bem conseguidas, com refrões marcantes, estruturas bem pensadas, no fundo Rock’n’Roll de arena e festa. A guitarra assume um papel preponderante, destacando-se pela diversidade de riffs e solos. O baixo dá corpo às músicas, mas tem momentos de maior evidência, desenhando acordes que demonstram boa técnica. Quer seja na quase Funky “Milfshake” ou por exemplo no tema “On My Way”. A bateria não segue caminhos arriscados, preferindo a segurança rítmica sem floreados. Quanto à voz, tem o timbre certo para o género e por vezes aventura-se em notas altas para tentar partir a louça. Por fim, a imagem Glam completa o pacote, mas com mais uns pozinhos, poderia ser mais arrojada. “Banzaw Mansion” é um bom companheiro de festa. As personagens deste filme já têm nomes, acrescente-se mais glamour, productions skills e drama, estaremos perante um caso sério do Hair Metal made in Portugal.
Foto: Alexandre Campinas
Músicos (da esquerda para a direita)
Rick Madison - Baixo
Danny Shred - Guitarra
Dylan Krash - Bateria
Francis Venus - Voz
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