O anjo da morte e o homem
The Ransack - “Azrael”
Lançamento: 2007
Sonoridade: Death Metal
Editora: Recital Records
Produção: Daniel Cardoso
Capa: Luis Fonseca
Formato: CD
Lista de músicas:
1 - Aftermath
2 - Roar
3 - Styx
4 - Homo Superior
5 - Blood Stain
6 - Memento Mori
7 - Exorcise
8 - Psycho
9 - Predator
10 - The Harbinger
11 - Ammit
O caos está instalado e a única saída é a morte. Montanhas de cadáveres, lagos de sangue, céus de fogo, almas em ascensão para o abismo. Nem as memórias perduram, nem os deuses salvam. Exterminação e esquecimento preenchem o horizonte. É assim “Azrael” o primeiro longa duração dos The Ransack, banda do Norte de Portugal, editado em 2007. Um petardo Death Metal que explode e espalha destruição, mas fá-lo com requinte. As músicas vão detonando umas a seguir às outras em ritmo veloz, de forma consistente, qual dinamite a rebentar pedreiras. Só que em cada rebentamento é deixado um rasto de riffs densos e bem trabalhados. Há uma cadência premeditada para carimbar a memória auditiva com harmonias cativantes, amparadas por um baixo profundo, com apontamentos subtis de qualidade superior. A bateria é estanque, coesa, massacrando qualquer ser vivo que se atravesse nesta viagem de “Azrael”. O anjo da morte transporta as almas para o além e espalha a mensagem com uma voz gutural, hostil, bem definida na mistura final do álbum. Todo o álbum é portador de uma produção sólida e equilibrada, pela mão de Daniel Cardoso, com uma mistura e masterização de bom nível. Talvez os pratos da bateria necessitassem de mais brilho e evidência, mas é um pormenor no meio de tamanha força musical. Esta só abranda sensivelmente a meio dos quarenta minutos de duração, quando surge o instrumental “Memento Mori”. Os restantes dez temas são Death Metal, com pequenas incursões Thrash, mas sempre com um sentido apurado de melodia, sem comprometer a carga de brutalidade. “Roar” é incisiva, com o duplo bombo a comandar. “Homo Superior” tem partes mais aceleradas, com blastbeats esparsos, contrabalançados com harmonias de guitarra mais serpenteantes. Nos temas “Predator” e “The Harbinger” conseguem ouvir-se riffs repetitivos insistente quase Black Metal. Este primeiro álbum da banda permite a descoberta de muitas frases musicais interessantes, apresentadas de forma bem arranjada.
Os The Ransack chegaram até à edição de “Azrael” depois do percurso habitual. Formados no início do século, gravaram demo, single e um EP, antes do lançamento deste álbum de estreia. No entanto, chegaram a este patamar com maturidade para compor 11 músicas potentes, com os objetivos bem definidos. Desse período até à atualidade têm mantido a atividade com a edição de álbuns e aparições ao vivo. Uma banda com carisma e consistência.
Foto: “DR”
Músicos (que gravaram o álbum)
Jay - Baixo
Zeus - Bateria
Loki - Guitarras
Shore - Voz e Guitarras
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