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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Bloody Tears – “Chapter XIII”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

Rainhas, anjos e demónios

Bloody Tears – “Chapter XIII”

Lançamento: 2002

Sonoridade: Black Metal

Editora: Edição de autor

Produção: Bloody Tears, Luis Barros

Capa: Herica e R. Shino

Formato: CD EP


Lista de músicas:

1 - Chapter XIII

2 - The Queen of Death (Devil's Bride)

3 - Angels of Purity

4 - Infernal War

Dark Invocation (live vídeo)

Promo video The Queen Of Death


Lembro-me de ver os Bloody Tears ao vivo em Braga, quando promoveram o EP “Chapter XIII”. De alguma forma impressionaram pelo cuidado estético que imprimiram à atuação. Todo o imaginário Black Metal estava patente na postura da banda e no corpse painting. Era óbvio que existia uma preocupação com o lado mais visual, o que se refletia também na edição de autor do EP. Este é um digipack desdobrável em três partes que inclui um livrete de 8 páginas, com as líricas e fotos dos elementos da banda e ainda uma coleção de 5 autocolantes negros, em tamanhos diferentes, com imagens da banda e do logótipo. Para além disso, o EP contém 4 músicas, sendo a primeira uma intro e ainda dois vídeos: um promocional do tema “The Queen of Death (Devil's Bride)” e o outro gravado ao vivo do tema “Dark Invocation”. Este foi o único lançamento discográfico da banda do Minho. Ainda lançaram um DVD com a gravação de um concerto no Hard Club, mas que eu tenha conhecimento, nada mais foi lançado.


“Chapter XIII” deu a conhecer uns Bloody Tears praticantes de um Black Metal obscuro, com um lado mais cru misturado com uma faceta um pouco mais elaborada. As guitarras a debitar riffs lancinantes, em repetições rápidas intercaladas por movimentos mais pausados, criam o ambiente gélido e arrepiante. O baixo sustenta uma atmosfera melancólica e sombria. A bateria deriva entre ritmos rápidos e outros down-tempo procurando acentuar a obscuridade que a música retrata. As vocalizações dividem-se entre o gutural mais profundo e o grito frio e perfurante. O aspeto lírico incorpora um certo ambiente gótico, misterioso, erótico, demoníaco e melancólico. Há semelhanças com uns Cradle of Filth do primeiro álbum “The Principle of Evil Made Flesh”, mas sem a profundidade sinfónica dos teclados e com menos diversidade. Embora existam arranjos que dão uma característica mais abrangente às músicas. Nomeadamente nas passagens entre as partes que compõem cada composição. O EP começa com uma introdução instrumental enigmática, abrindo as portas da obscuridade. Depois em “The Queen of Death (Devil's Bride)” o som da morte invade o éter, com um acorde de baixo que nos lança para a escuridão da floresta negra ao comando da voz de Ricardo Shino. O balanço rítmico das guitarras, tanto nos ilude com riffs melancólicos, como nos faz sangrar com riffs cortantes. “Angels Purity” é um pouco mais abstrato e tem partes mais Heavy Metal, incluindo um solo de Luis Lisboa. Mas também contém partes que soam Death Metal com voz Black Metal. “Infernal War” é o tema mais agressivo, principalmente no aspeto rítmico. Luis Barroso aproxima-se de um blastbeat, enquanto as guitarras oferecem uma paisagem sonora densa, mas ao mesmo tempo ondulante. Este tabalho foi gravado por Luis Barros no Rec’n’Roll, o que ajudou a limar o som dos Bloody Tears. Uma proposta que com o tempo poderia afirmar-se. Infelizmente perdeu-se nas encruzilhadas infernais de caminhos obscuros.


Fotos: Pedro (nxl) e Rita Almeida


Músicos (da esquerda para a direita)

Luís Lisboa – Guitarra solo

Ricardo Shino – Voz e guitarra ritmo

Helder Shino - Baixo

Luís Barroso - Bateria

Nota: neste álbum o baixo foi gravado por Luís Lisboa



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