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Foto do escritorDuarte Dionísio

Thanatoschizo – “InsomniousNightLift”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

Insónias noturnas

Thanatoschizo – “InsomniousNightLift”

Lançamento: 2002

Sonoridade: Gothic Metal

Editora: Misdeed Records e Rage of Achilles, MR007

Produção: Luis Barros

Capa: Pedro Caldeira/Eternal Evo

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Reminder

2 - Of Lunar Water...

3 - A Promenade Portrait

4 - Sublime Loss

5 - Upshot Veil

6 - The Journey's Shiver

7 - Insomnious Night Lift

8 - Dance of the Tender Leaves

9 - Slow-Chamber Candles' Choir

10 - Nightly Lift?


Depois de um EP e um álbum de estreia, com uma mudança de nome pelo meio, “InsomniousNightLift” viu a luz do dia em 2002. Este segundo longa duração em formato CD mostrou uns Thanatoschizo em busca de uma sonoridade que refletisse a interioridade da banda e as suas tendências musicais. Essa procura encontrou uma confluência de influências e de géneros, que resultaram num álbum com alguma diversidade, embora balanceado para sonoridades melancólicas. A catalogação é sempre ingrata e por vezes injusta, no caso específico do álbum “InsomniousNightLift”, torna-se mais difícil tendo em conta as diferentes parcelas que compõem o todo. No entanto, analisando os quase 67 minutos de duração sobressaem alguns aspetos que podem ser descritos como melancolia Gótica, cruzada com atmosferas Doom, contidas numa embalagem Death Metal. Como referência algo forçada, diria que as diversas fases dos Anathema podem ser uma influência. Mais no sentido de identificar as camadas musicais que se acumulam, do que propriamente estabelecer um paralelo entre as bandas. Os Thanatoschizo inseriram uma miríade de componentes no álbum. Guitarras acústicas com frases melódicas para introduções de músicas e não só. Guitarras densas com riffs muito comuns no Doom Metal, como por exemplo no tema “Upshot Veil”. Na generalidade dos temas, as guitarras assumem o seu papel para uma banda de Metal, mas o dedilhado sem distorção também aparece em diversos temas. As vozes assumem diferentes personagens. A voz feminina aparece com timbre delicado e declamativo (“Sublime Loss”), enquanto a voz masculina divide-se entre o gutural e as melodias de voz limpa. Há ainda uns ambientes atmosféricos criados pelos teclados. Ritmicamente há uma tendência para o down tempo de curta duração, derivando para ritmos mais cavalgantes. “The Journey's Shiver” é um bom exemplo da conjugação das diferentes vertentes, incluindo uma passagem de piano. “A Promenade Portrait” inicia com garra captando a atenção e desenvolve com riffs aguerridos, tornando-o talvez o tema mais consistente, apesar de muito compartimentado.

Este é um álbum longo e exploratório, de difícil apreensão. Por vezes tentamos ser embalados pela melancolia das harmonias criadas pela guitarra acústica, amparada pelos teclados, mas somos espicaçados pela voz agressiva e percussão titubeante, o que nos amputa o feeling, como é o caso do tema título. Outro exemplo pode ser “Dance of the Tender Leaves” com o seu ritmo Pop e guitarra Goth, esfaqueado com riff pesadão. É neste trajeto feito de Metal adstringente que os Thanatoschizo rolam como uma locomotiva à deriva, abdicando de carris orientadores que os mantenham com uma direção. Tecnicamente falando, o desempenho dos músicos é algo desequilibrado neste álbum. Se por um lado a execução das guitarras, baixo e teclados mantém as carruagens alinhadas, a voz do Eduardo carece de alinhamento. Os momentos de voz gutural não comprometem, mas a voz limpa demonstra muitas oscilações e notas menos conseguidas. Nota-se também alguma falta de vigor e assertividade no ataque à bateria, principalmente nos breaks, pouco incisivos. A multiplicidade da música composta pelos Thanatoschizo é um aspeto de relevância para o desenvolvimento de uma personalidade própria. Este álbum vale pela exploração de estilos e técnicas, no entanto fica a sensação de ser um projeto em desenvolvimento. A ajudar esteve Paulo Barros nos seus Rec’n’Roll, que produziu mais esta peça para o portefólio do Heavy Metal Português.


Foto: André Henriques

Músicos (que gravaram o álbum)

Eduardo Paulo - Voz e Guitarra acústica

Patrícia Rodrigues - Voz

Guilhermino Martins - Guitarras e Samplers

Miguel Ângelo - Baixo

Filipe Miguel - Teclados

Paulo Adelino – Bateria

e

Bruno Rodrigues - Piano (apontamentos adicionais)


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