Humanidade à flor da pele
Squad - “Scars Of Humanity”
Lançamento: 2002
Sonoridade: Thrash Metal, Groove Metal, Nu Metal
Editora: Recital Records, BOX 015
Produção: Jorge Pina
Capa: César Duarte
Formato: CD
Lista de músicas:
1 - God Among the Worms
2 - Behold the Clock
3 - Temptation
4 - The Body
5 - Overcome Your Fleash
6 – A Moment of Peace
7 - The Given Truth
8 - Melting With Insanity
9 - Nothing Tangible
10 - Cause & Effect
11 - Scars of Humanity
12 - Temptation (Demo Version 97)
13 - Orgy (Demo Version 97)
Imaginem uma máquina com uma engrenagem complexa a debitar energia, com movimentos repetitivos e a emitir ondas sonoras desconcertantes. “Scars Of Humanity” dos Squad soa como essa máquina. Uma mão cheia de contratempos, acordes dissonantes e uma tensão constante, que causa inquietação nos ouvintes. As músicas têm aquele balanço do Groove entrelaçado com peso, diria que o som da banda poderia quase derivar para um Math Metal thrashado. Um trabalho de bateria repleto de “desenhos”, com vontade de saltar para fora do contexto musical, é acompanhado por um baixo poderoso e evoluído. As guitarras soltam riffs sujos e muito saturados, por vezes quase roucos. A voz é gritada e austera. No geral o som sofre um pouco com a produção, que deixa ouvir todos os instrumentos, mas não tem a modernidade que tornaria o som maior e potente. No entanto, a engenhosa construção de ritmos e quebras galopantes não perde a intensidade. Os Squad transportam influências diversas como por exemplo: Sepultura, Meshuggah, Machine Head, Ramp entre algumas bandas da vaga Nu Metal, na sua vertente mais pesada. Em “Nothing Tangible”, ouvem-se riffs análogos com algumas músicas de Coroner. O álbum termina com dois temas da Demo 97, “Temptation” e “Orgy”. As líricas falam sobre a humanidade e as suas idiossincrasias. A falta de esperança e a desilusão causadas pelos constantes erros dos seres humanos. Há também referências a sexo, pelo simples facto do prazer que proporciona.
“Scars Of Humanity” foi o segundo álbum dos Squad, banda com alguns elementos experientes, com passagem por outros projetos. O baterista Mané Ribeiro, veterano da cena Hevay Metal Portuguesa, foi elemento fundador dos Procyon. Na voz, Nuno Loureiro fundou bandas como: Exiled, Painstruck ou Sublevel. Juntos gravaram um álbum editado pela Recital Records. Esta edição viria a ser o último trabalho da banda da Margem Sul. Fica a ideia de que mais poderia ter sido feito, numa perspetiva de evolução. Houve claramente a tentativa de seguir um caminho algo tecnicista, moderno e poderoso. Ficou no ar a expectativa do que teriam alcançado com as potencialidades actuais.
Foto: “DR”
Músicos (da esquerda para a direita):
Tó Luis - Baixo
Mané Ribeiro - Bateria
Nuno Loureiro - Voz
Júnior - Guitarras
Palhais - Guitarras, Vozes
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