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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Sollust - “(In)Versus”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Um desejo chamado Sollust

Sollust - “(In)Versus”

Lançamento: 2020

Sonoridade: Heavy Metal, Ghotic Metal, Hard Rock, Progressive Rock

Editora: Edição de Autor

Produção: Guilhermino Martins, Sollust, Rui Pereira, André Guerra

Capa: Almeida Alma - Almeida Alma Design

Formato: CD (audição em MP3)


Lista de músicas:

1 - Divider

2 - Inversus

3 - Lost in Oblivion

4 - Hostage of a Life

5 - Beyond the Void

6 - Creed in Life

7 - Blame Yourself

8 - Exolvuntur

9 - Reflection

10 - Dark Halo

11 - Winding Path

12 - Messiah

13 - Amnesia


Pode até ter sido um parto difícil, mas “(In)Versus” foi lançado em setembro de 2020, um ano atípico e difícil. Talvez os astros se tenham alinhado para que o primeiro álbum dos Sollust emergisse dentro de um período incerto para a humanidade. Com a carência de respostas e soluções, que nos asseverem um futuro promissor, há lugar a introspeções e reflexões. Por isso mesmo, o contexto lírico do álbum encaixa na premência da atualidade. É de forma orgânica que aborda uma humanidade repleta de conflitos interiores e com o exterior, fruto da diversidade de escolhas socias, religiosas, políticas. O mais surpreendente é a visão otimista! O vislumbre do Sol que ilumina o caminho e nos orienta rumo a um inverso do atual sistema amnésico. Esse parece ser o princípio norteador da banda de Peso da Régua, a tenacidade contra a cedência perante as dificuldades que surgiram no processo de conceção do álbum. Se esse facto é revelador da maturidade da banda, então o esforço compensou. Editar um álbum pelos próprios meios não é tarefa fácil. Mas fazê-lo de forma consciente e com uma visão estratégica, não descurando detalhes tão importantes como a imagem, estética e a comunicação é deveras admirável.

Os Sollust são reflexo de uma corrente musical com uma estética alternativa e moderna dentro do Metal, que permite alargar os horizontes do género. Sendo certo que a sonoridade é pesada e com obscuridade melancólica que baste, a composição permite-se ir um pouco mais além, arriscando frases melódicas “fora da caixa”. Se por um lado alguns acordes de guitarra carregam o legado agressivo do Death Metal, por outro as orquestrações e arranjos transportam a forja sonora para ambientes contemporâneos e livres dos ditames do Heavy Metal (“Amnesia”). Alguns dos iluminados artistas nórdicos têm criado autênticos monumentos de inovação sonora, conjugando estilos e intervindo de forma muito criativa. Ouça-se Enslaved ou Ihsahn, conotados com o Black Metal, mas que são muito progressivos na composição. E também Opeth, Katatonia ou até Soen, expondo um lado mais melancólico. Os Portugueses fazem uma música distinta, mas que pode muito bem agradar aos mais atentos seguidores daquela linhagem. Há muito para descobrir nas 13 músicas do álbum. Uma audição leviana não basta para vasculhar os recantos mais recônditos desta obra. Por exemplo “Creed in Life”, que é mais melancólico, aparenta simplicidade. No entanto, exige muito controlo vocal e “esconde” um ambiente etéreo bem orquestrado. “Dark Halo” contém o contraste entre o riff cavalgante e as partes de guitarra limpa e uma seção rítmica derivativa. “Messiah” é arrebatadora, assentando num refrão poderoso, com o baterista a mostrar precisão. Estes são apenas exemplos de muito por encontrar. Por isso é aconselhada a repetição das audições. Tecnicamente, a prestação de todos os músicos é muito competente, o que facilita a abrangência artística. “(In)Versus” oferece muita food for thought na conjugação de influências, usadas de forma integrada, resultando num som único e coeso. Apelidar o que se ouve no álbum de Alternative Metal, Progressive Rock, Gothic Metal, ou outro subgénero do Metal é francamente redutor. Ficarei por Lust Metal enquanto vou ouvir mais vezes esta agradável surpresa.

Foto: Hugo Taveira - PretoBranco

Músicos (da esquerda para a direita)

Amilcar “Mika” Araújo – Baixo

Rui Pereira - Voz e Guitarra ritmo

Paulo Queirós - Bateria

Rui “Ruka” Monteiro - Guitarras

e

Miguel Lopes – Samplers e efeitos visuais


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