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Foto do escritorDuarte Dionísio

Skinning – “Homicidal Experimentations”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Experiência sufocante

Skinning – “Homicidal Experimentations”

Lançamento: 2020

Sonoridade: Death Metal, Brutal Death Metal

Editora: Larvae Records e Nightfear Productions, LV029

Produção: Bruno Silva

Capa: Jesus Lhysta

Formato: CD (audição em MP3)


Lista de músicas:

1 - Homicidal Experimentations

2 - Wrong Path

3 - The Gravedigger

4 - In Her Memory

5 - Sadistic Butcher

6 - The Demon

7 - In the Hands of God

8 - Destroyer of Existence

9 - Blood Will Be Dropped


Os Skinning são de Guimarães, tocam Death Metal Brutal e “Homicidal Experimentations” é o terceiro longa duração da banda. O álbum editado pela Larvae Records em parceria com a Nightfear Productions teve um lapso temporal superior a um ano, entre o início das gravações e a edição. Quiseram encontrar uma editora conhecedora do género e da forma como lançar o álbum. Por tudo isso, mas também por causa do maldito vírus que causou uma pandemia sem precedentes no nosso tempo, a edição aconteceu no dia 15 de dezembro de 2020, apesar de estar gravado há muito tempo. Esses factos não impediram o duo composto por Vitor Lopes (voz, guitarras e baixo) e Luis Barroso (bateria) de avançar com o objetivo de colocar na rua mais um petardo sonoro. Os músicos apostaram forte em composições que seguem criteriosamente a linha sonora traçada ao longo de 9 anos de carreira.


“Homicidal Experimentations” contém nove formas de tortura sonora capazes de esfolar, esventrar e devastar qualquer ser humano. A intensidade é tal que não há espaço para lamentos. A velocidade obsta qualquer tentativa de fuga. Os riffs sucedem-se incessantemente com uma toada eviscerante. Os ritmos e os bastbeats esmagam crânios como se fossem bolas de ténis de mesa. Poucos são os momentos de transição ou onde é possível respirar. O tema título “Homicidal Experimentations” tem uma passagem, onde é possível soltar um suspiro, mas é tão breve que nem se dá por ela. Assim como “The Gravedigger”, a determinado momento parece indiciar uma mudança de brutalidade, mas apenas ganha balanço para mais doses de extremismo harmónico. “Sadistic Butcher” parece querer marcar um ritmo mais compassado, mas é puro sadismo, porque nos corta em escalopes com muita facilidade. No tema “In the Hands of God” a bateria deixa os riffs soarem por si só por breves instantes, não o suficiente para rezar, mas pelo menos dá para olhar o céu. É em “Blood Will Be Dropped” que a guitarra nos proporciona um acorde bem mais Heavy Metal ou Thrash, talvez o fim da sessão de tortura, nos dê água a beber.


São quase 33 minutos de massacre. Imaginem uma sala pequena e quadrada, com as paredes forradas a metal escuro, com uniões rebitadas e enferrujadas. No centro uma marquesa, também ela de metal. Dentro da sala um corpo humano é sujeito a uma ininterrupta avalanche de brutalidade. Este tormento torna-se repetitivo e sufocante. Há um domínio da bateria, com um quase permanente pedal duplo que se impõe de forma ditatorial. No entanto, Luis Raposo explora a bateria, com breaks repentinos, que percorrem quase todo o kit. A voz de Vitor Lopes recorre ao cavernoso gutural para verbalizar as líricas sangrentas. É inevitável uma dor de cabeça quando se tenta escutar com demasiada atenção as composições compactas e densas dos Skinning. Claro que outras bandas já praticam esta sonoridade, rápida, cerrada e asfixiante, os Skinning apenas procuram a afirmação das suas inspirações. Mesmo que haja pouco por onde divagar, “Homicidal Experimentations” é um álbum poderoso.



Fotos: “DR”


Músicos (da esquerda para a direita)

Luís Barroso - Bateria

Vitor Lopes – Voz, baixo e guitarras



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