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Foto do escritorDuarte Dionísio

Sirius - “Aeons Of Magick”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Eternidade é uma ilusão

Sirius - “Aeons Of Magick”

Lançamento: 2000

Sonoridade: Black Metal, Symphonic Black Metal

Editora: Nocturnal Art Productions, eclipse013

Produção: Alpha Industry e Samoth

Capa: Neverland

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Sidereal Mirror

2 - The Collapsing Spheres of Time

3 - Ethereal Flames of Chaos

4 - The Stargate

5 - Travellers of the Stellar Ocean

6 - Aeons of Magick

7 - Beyond the Scarlet Horizon

Uma pessoa que muito estimo disse-me, em confissão, estar crente que alguns músicos/artistas não eram pessoas normais. Conseguir congregar em adulação uma multidão é coisa de predestinados. Concordo com esta linha de pensamento. Eu próprio pude constatar tal característica por ter trabalhado com muitos músicos e artistas. Alguns não são pessoas normais ou comuns, se preferirem. Algo de distinto está impregnado na alma de tais criaturas. Estou em crer que era o caso de alguns elementos dos Sirius. O que a banda compôs para o primeiro álbum intitulado “Aeons Of Magick” comprova uma capacidade criativa de elevado calibre artístico. Músicas grandiosas e siderais repletas de orquestrações imponentes, próprias de orquestras sinfónicas, compactadas em poucos minutos e tocadas com teclados ou sintetizadores. Apesar do espetro sonoro ser preenchido pelos sons orquestrais, que se evidenciam na mistura, a base é a ferocidade do Black Metal cru. Voz áspera e demoníaca, por vezes declamada com profundidade teatral, como em “The Collapsing Spheres of Time” ou “Ethereal Flames of Chaos”. Blastbeat quase permanente, com evidência para o kick médio-agudo do duplo bombo. Baixo incorporado na densidade sonora, sem inundar de grave a produção compactada, típica do Black Metal. Guitarras com riffs rápidos e repetitivos a construir uma vedação de arame farpado entre a terra e os astros. Os Sirius perscrutam o espaço com poemas sinistros sobre mundos celestes, as estrelas e as dimensões extraterrestres. Uma utopia etérea em busca de respostas, atravessando portais imaginários. É com toda esta pompa e circunstância, que os Sirius extravasam as influências mais óbvias de bandas como: Emperor, Limbonic Art, Dimmu Borgir ou Bal-Sagoth, entre outras. Arriscam instrumentais com apenas orquestrações “sintéticas” sem os instrumentos base nos temas “The Stargate” e “Beyond the Scarlet Horizon”. Por vezes fica a sensação de alguma repetição exagerada de compassos, em que a “orquestra” fica congelada. Para os apreciadores das bandas mencionadas acima, “Aeons Of Magick” é uma obra de muito interesse.

Os Sirius espantaram pela proeza de editarem dois álbuns pela Nocturnal Art Productions, companhia ligada aos Emperor e a todo o ambiente Black Metal Norueguês. O álbum foi produzido por Samoth, guitarrista e compositor dos Emperor. Houve algum mistério em torno da banda! Afinal quem eram e para onde caminhavam os Sirius, de Sto. António dos Cavaleiros? Na verdade tão depressa como surgiram, voltaram a encobrir-se, qual relâmpago em noite de tempestade. O que poderia ter sido uma banda de culto a conquistar o mundo do Black Metal, cedo seguiu outro caminho. Esse trajeto ficará para outra análise futura. Parece confirmar-se a alma inquieta e sublime de músicos predestinados, nem sempre satisfeitos com a elevação artística!

Fotos: Tiago Santos

Músicos (que gravaram o álbum)

Draconiis - Guitarras

Gornoth - Voz

Barzh - Guitarras

Vukodlack - Bateria, baixo e orquestrações


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