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Foto do escritorDuarte Dionísio

Requiem Laus - “The Eternal Plague”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

As pragas da sociedade

Requiem Laus - “The Eternal Plague”

Lançamento: 2008

Sonoridade: Death Metal, Melodic Death Metal

Editora: 666 Production, 666PROD04

Produção: Pelle Saether

Capa: Blackart Designs

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Am I Not Mercyful?

2 - Black Decay

3 - Gallery Of Lies

4 - Ad Vitam

5 - Perception

6 - Silently... Death Leads

7 - Hatred Guilt

8 - Mors

9 - Life Goes On

10 - Falling Faster

11 - The Eternal Plague

12 - Peccata Mundi

Nos anos 90, os Requiem Laus gravaram algumas demos que levaram o nome da banda para além da Ilha da Madeira, de onde são provenientes. Foi através de uma dessas gravações que ouvi pela primeira vez o som pesado, melódico e algo Doom que os caracterizava. Apesar da avalanche de edições em CD nesse período, os Requiem Laus só viriam a lançar o primeiro álbum em 2008, através da 666 Production, editora do Mónaco. A persistência e resiliência do mentor, vocalista e guitarrista Miguel Freitas fez com que a banda não se desmembrasse, apesar de diversas mudanças na formação. A prova é o CD de estreia “The Eternal Plague”. Senão bastasse a espera de 14 ou 15 anos, chegada a altura de gravar não tinham um baterista. Mas isso não impediu que o álbum fosse registado no Studio Underground na Suécia, com o produtor Pelle Saether (Skyfire, Diabolical, Carnal Forge, Fleshcrawl). Recorreram a bateria programada em caixa de ritmos e com um trio de músicos debitaram toda a raiva e destilaram combatividade em 12 músicas. Os Requiem Laus continuam ativos até aos dias de hoje, colocando no mundo digital composições de peso.

“The Eternal Plague” oferece diversidade, embora a base sonora seja Death Metal. Estão lá as componentes que fazem do género, um dos mais extremos do Metal – voz gutural, agressividade nos acordes de guitarra, mudanças abruptas de ritmo, com algum blast beat, baixo possante e as líricas, escritas por Jorge Ribeiro de Castro, relatam “pura maldade que existe no mundo atual, inveja, guerras, uma praga infinita…”, palavras do próprio Miguel. Mas há mais! A inclusão estratégica de três instrumentais (“Ad Vitam“, “Mors” e “Peccata Mundi “) funciona como uma lufada de ar fresco, depois de sermos expostos à intensidade musical dos restantes temas. Alguns deles contêm uma carga harmoniosa, o que mantém as características do passado. Por vezes há um piscar de olhos ao Black Metal em pedaços de músicas (“Am I Not Mercyful?”) onde as mesmas notas são repetidas com rapidez. O tema título “The Eternal Plague” é brutalidade pura, com apenas alguns segundos de descanso pelo meio. Destaco “Black Decay” pela forma compassada com que nos cativa a audição, em jeito Thrash Metal. Faz falta a energia orgânica de um baterista. Os arquipélagos da Madeira e dos Açores já nos ofereceram alguns bons exemplos de que a insularidade não é uma barreira à produção de bom Metal. Os Requiem Laus são um dos mais duradouros projetos.

Foto: Ricardo Fernandes

Músicos que gravaram o álbum:

Ricardo Fernandes - Baixo e programações de bateria

Miguel Freitas - Guitarra e voz

Daniel Pereira - Guitarra


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