Ao vivo com alma, sangue, suor e lágrimas
RAMP - “…Live”
Lançamento: 1999
Sonoridade: Thrash Metal, Speed Metal
Editora: Farol Música, FAR 00033
Produção: RAMP, Tiago Lopes, Jorge Pina
Capa: Sinais de Fumo
Formato: Duplo CD
Lista de músicas:
Disco 1
1 - Dawn
2 - Helping Hands
3 - Black Tie
4 - Apathy
5 - So You Say
6 - Noone
7 - Walk Like an Egyptian
8 - Hallelujah
9 - How
10 - For a While
Disco 2
1 - Come
2 - Out of This World
3 - All Men Taste Hell
4 - Old Times
5 - Through
6 - Last Child
7 - Behind the Wall
8 - Try Again
Milhares de almas unidas em comunhão cantaram, gritaram e presenciaram uma máquina grandiosa e incrível a debitar decibéis como se fosse o fim dos dias. Foi no dia 9 de outubro de 1999 que os RAMP gravaram o álbum ao vivo simplesmente intitulado “…Live”. Uma aventura avassaladora para comemorar 10 anos de carreira, perante um vasto público vindo de muitos pontos do país. O espetáculo realizou-se na cidade do Seixal, concelho de origem da banda, ao ar livre junto ao Rio Tejo. Uma super produção onde nenhum pormenor foi deixado ao acaso. Um palco enorme, excelentes condições técnicas a nível de audiovisuais, incluindo efeitos pirotécnicos da responsabilidade de Dário Lopes, técnico que já não está entre nós, que descanse em paz, aqui fica a homenagem. Este espetáculo foi o culminar de um período fabuloso na carreira dos RAMP, em que atingiram o topo, com passagem pelos grandes palcos nacionais como: a Praça Sony no Parque da Nações, num festival com Manowar, Napalm Death, Sacred Sin; o Coliseu dos Recreios como suporte de Motörhead; Estádio Nacional num festival com Metallica, Monster Magnet, Henry Rollins. Mas para além disso percorreram o país com concertos memoráveis. Ao longo de dez anos de carreira, a banda atingiu maturidade e esculpiu o seu próprio som. Conseguiu não esquecer as influências musicais, juntando-lhe outras experiências de vida, carimbando as músicas com um Heavy Metal moderno, apelativo, inteligente, pesado, elaborado e sempre com a base Thrash Metal que os caracterizou no início.
Sempre que oiço “…Live” o coração acelera e sinto arrepios. Seria hipócrita da minha parte se não admitisse a enorme admiração que tenho pela banda de quem fui manager em duas fazes distintas da carreira. Por isso, e por muito mais, foi um orgulho enorme ter atingido esta meta. Este duplo álbum com 18 temas, que visita as três edições anteriores, é um marco na história dos RAMP e no universo Heavy Metal nacional. Pensar e elaborar uma produção que reunisse as condições ideais para proporcionar um espetáculo de grande impacto, comemorar 10 anos de carreira, gravar o videoclip do tema “How” e gravar um duplo álbum ao vivo, foi tarefa hercúlea e única. O resultado foi brutal! “…Live” contém a alma, sangue, suor e lágrimas de uma excelente equipa e acima de tudo de músicos extremamente competentes e talentosos. Sugiro a audição atenta do trabalho do baterista Paulo Martins nesta gravação ao vivo. Simplesmente soberbo. Ricardo Mendonça é um guitarrista discreto e uma pessoa humilde, mas dotado de um talento e uma capacidade inventiva só ao alcance de predestinados. O Rui Duarte tem o dom. O dom de trespassar a mente de quem ouve, com palavras incisivas e uma voz de grande dimensão, uma tessitura incrível. Tó-Zé para além de um ser humano como poucos oferece a segurança de um instrumentista coeso e talentoso. Por fim o João “Sapo” enchia o palco com vigor e as músicas de um ritmo demolidor. Acima de tudo, estes RAMP funcionavam como uma irmandade. A melhor característica sempre foi o trabalho em equipa. São músicos de banda e não apenas talentos individuais. A prova são hinos como “Black Tie”, “All Man Taste Hell”, “Through”, “Last Child”, “Hallelujah”, “How”, “Old Times”, “Try Again”, “For A While”, aqui apresentados num ambiente ao vivo, com o público a contribuir. Por muitas palavras que tente aqui escrever, nenhuma será suficiente para descrever as sensações e a energia que aquele espetáculo e este “…Live” transmitiram e transmitem. Longa vida aos RAMP e obrigado por tudo.
Fotos: Lina Coelho
Músicos (que gravaram o álbum)
Rui Duarte - Voz
Paulo Martins - Bateria
Ricardo Mendonça - Guitarras
João Sapo - Baixo
Tó-Zé - Guitarras
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