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Foto do escritorDuarte Dionísio

Primal Attack – “Heartless Oppressor”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Música sem opressão

Primal Attack – “Heartless Oppressor”

Lançamento: 2017

Sonoridade: Thrash Metal, Groove Metal

Editora: Rastilho Records, Rastilho 158

Produção: Miguel Tereso

Capa: Aaron Slater

Formato: CD (audição em streaming)


Lista de músicas:

1 - Red Silence

2 - Halfborn

3 - The Prodigal One

4 - Truth and Consequence

5 - Strike Back

6 - Heart and Bones

7 - Hypersonic Generation

8 – Above the Line

9 - XXI Century Curse


Para quem gosta de Heavy Metal e há muitos anos acompanha por dentro e por fora as movimentações do género em Portugal, só pode ficar orgulhoso do trabalho desenvolvido por músicos competentes. Os Primal Attack são uma banda de Lisboa com músicos tecnicamente evoluídos. Só assim seria possível produzir um álbum com a dimensão sonora, técnica e artística de “Heartless Oppressor”. Se a essa capacidade juntarmos uma produção destemida de Miguel Tereso, então é fácil constatar que estamos perante uma enorme construção de aço. Ao longo de nove músicas erguem-se traves de puro Metal pesado, capazes de sustentar tempestades de distorção, vulcões de rugidos, trovoadas de ritmos e camadas de arranjos. Os Primal Attack apresentam, neste álbum, um Thrash Metal moderno e polido, com doses de Groove e alguma experimentação.


Instrumentalmente o baixo domina, ou pelo menos, tece uma base sonora poderosa, por onde os outros instrumentos passeiam elegância. Por isso, dá vontade de prestar atenção a todos os detalhes que vão construindo as músicas, mas há tanto a acontecer ao mesmo tempo, que é difícil. O Mike não deixa de massacrar a bateria, envolvendo todo o ambiente com uma fluente habilidade percussiva. As guitarras debitam riffs e mais riffs com astúcia, arranha-céus de harmonias, aqui e ali com notas dissonantes. É nesses momentos que Miguel e Tiago alcançam o céu, por cima das construções mais apertadas, e aventuram-se num som afoito e progressivo. Pica utiliza um timbre gritado e agressivo, mas deixa espaço para as segundas vozes cantarem alguns versos com melodia, num discurso dialético. “Heartless Oppressor” funciona como um todo e arranca com bastante poder bélico em “Red Silence“. No entanto, há pormenores que merecem menção pela insurgência em campos vizinhos. Como por exemplo “The Prodigal One” oferece uma passagem com guitarra sem distorção, a acalmia no meio da tempestade, permite ganhar fôlego. “Truth and Consequence” tem uns acordes em tremolo, mais ouvidos em bandas de Black Metal. O solo final da música é delicioso, com o som em segundo plano, deixa-nos sentir a nossa própria respiração depois de tamanha avalanche sonora. A cavalgada de riffs em “Strike Back” demostra bem as raízes Thrash. “Heart and Bones” tem um aroma mais Rock, sem perder intensidade, por vezes recordo-me dos Coroner com o Thrash muito seguro e algo progressivo, certeiro e analítico. “Hypersonic Generation” acelera o ritmo para uma aventura desenfreada, tal como a geração que enfrenta uma sociedade por demais em mutação constante. Para além disso, tem na voz limpa uma aproximação a algumas bandas que procuram a reinvenção do género. Mais aceleração em “Above The Line. “XXI Century Curse” encerra o álbum. Se o início é quase uma contradição Funky, quase no final da música surge um diálogo de guitarras para deixar saudades até à próxima edição. Este é um passo na direção da modernização de um subgénero que há décadas viu nascer bandas de grande porte, que têm forjado álbuns de inegável qualidade. No entanto, é importante que as décadas que se seguem mostrem projetos com ideias próprias. “Heartless Oppressor” é um degrau nesse sentido.


Fotos: “DR”


Músicos (da esquerda para a direita)

Pica - Voz

Mike - Bateria

Tiago - Guitarras ritmo

Miguel - Guitarras solo

Miranda - Baixo



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