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Foto do escritorDuarte Dionísio

Morbid Death – “Echoes Of Solitude”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Ecos de uma ilha no oceano Atlântico

Morbid Death – “Echoes Of Solitude”

Lançamento: 1997

Sonoridade: Gothic Metal, Thrash Metal, Doom Metal

Editora: Independent Records, IRCD97028

Produção: Eduardo Botelho e Morbid Death

Capa: José Van Zeller e Rui Lopes

Formato: CD


Lista de músicas:

1 - Echoes of Solitude

2 - Judgement Day

3 - Depressed Mind

4 - Devastação

5 - Empty Soul

6 - God's of Eternity

7 - Unequal Rights

8 - ...Silêncio Profundo

9 - One's Will

Morbid Death é uma banda dos Açores, da ilha de São Miguel, que apareceu na cena underground Portuguesa em 1990. Em 2020 regressaram às edições com um novo álbum. A banda demorou algum tempo a lançar novas músicas. Mas as edições discográficas começaram em 1997 com “Echoes Of Solitude”, um álbum representativo da dedicação e evolução dos Morbid Death durante sete anos. Estes pioneiros Açoreanos chamaram a si a irreverência musical emergente de um arquipélago mais conhecido pelas belas paisagens. Talvez a geografia tenha influenciado a composição e a escrita deste primeiro álbum. No entanto, é evidente um cruzamento de subgéneros fruto dos efeitos infligidos pelas ondas predominantes da época. Certo é que a base assenta no Heavy Metal e no ambiente algo místico e épico, mas sente-se uma vontade de dar maior agressividade e peso com incursões Thrash Metal em alguns riffs e ritmos como em “Unequal Rights” ou aquele riff que se aproxima a Metallica em “One's Will”. Mas mesmo quando há passagens mais aceleradas, logo surge a cambiante melancólica, esta sim atravessa todo o álbum. Ou seja, é a misantropia dos sons Gothic Metal que prevalece na generalidade. E é neste aspeto que se nota o quão influente foi “Tales From The Thousand Lakes” dos Amorphis, por exemplo. “Devastação” é talvez o melhor exemplo disso mesmo, com aquele som de teclados inicial a dominar. Assim como “God's of Eternity” com um feeling doomy. Só que os Morbid Death disferem golpes inesperados pelo meio das músicas, que causam surpresa. Uma linha de baixo Funky a quebrar o ambiente taciturno na já mencionada “Devastação” ou uma pouco coerente “Depressed Mind” que em poucos minutos contém riffs Thrash Metal, vocalizações Black Metal do convidado Luis “Gazela” Franco, ritmos Doom Metal, solos de guitarra Heavy Metal e algumas quebras que desaguam em momentos quase psicadélicos. Esta mistura de sonoridades foi muito típica da década de 90, demonstrando uma busca pela identidade musical, assente nas referências internacionais.


Curioso é o facto de o contexto lírico ser, também ele, deambulante entre os aspetos da interioridade humana, das disputas entre racionalidade e religião e de um certo desalento perante as opções tomadas pelo Homem. Estas problemáticas são exploradas nas líricas em Inglês, já os dois temas em Português - “Devastação” e “...Silêncio Profundo” - são poemas mais etéreos de Rui Lima. No total, são nove temas à procura de envolver quem os ouve, com agressividade, melodia e sentimento. Uma produção razoável ajuda a expor a execução instrumental do quinteto Açoreano. Embora o equilíbrio seja nota de realce, talvez as guitarras necessitassem de mais pujança. Mas 1996 e 1997 não podiam oferecer todo o conhecimento e experiência que hoje em dia já é possível utilizar na componente técnica e de gravação. “Echoes Of Solitude” fica na discografia metálica nacional como o primeiro a sair dos Açores.


Fotos: Walter Tápia


Músicos (da esquerda para a direita)

Veríssimo Pereira – Guitarras

Pedro Rodrigues – Bateria

Ricardo Santos - Voz e Baixo

Paulo Bettencourt - Guitarras

Pedro Guerreiro - Teclados



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