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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Midnight Priest – “Agressive Hauntings”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Assombrações libidinosas

Midnight Priest – “Agressive Hauntings”

Lançamento: 2019

Sonoridade: Heavy Metal

Editora: Metal on Metal Records, MOMR19082

Produção: Midnight Priest

Capa: Jowita Kamińska-Peruzzi

Formato: CD e Vinil LP 12” (audição em streaming)


Lista de músicas:

1 - The Law

2 - Funeral

3 - Aggressive Hauntings

4 - Eyes in the Dark

5 - Holy Flesh

6 - Ecstasy

7 - Sin for Satan

8 - Iron Heart

9 - On Your Knees for Metal

10 - Black Leather


“Agressive Hauntings” podia ser um álbum conceptual mas não é. Isto porque aborda temas relacionados com o oculto, possessões, invocações malignas, condimentados com alguma lascívia feminina, sempre com um sentido obscuro. A estrofe “Here the torture/Never stops/Forbidden pleasures/Horrors of lust”, no tema “Eyes in the Dark”, é disso um exemplo. No entanto, a trilogia de temas finais versa a tipificação Heavy Metal com muitos chains & leather, o que de alguma forma quebra a mística criada ao longo do álbum. Não prejudica a audição, apenas interrompe o coito lírico. Isto tendo em conta os preliminares oferecidos em “The Law”, com o ecoar de um órgão em antecipação à voluptuosidade desenfreada do Heavy Metal que se segue em “Funeral”. Sequências de riffs rasgados, jogos harmónicos entre guitarras e voz, ritmos marcantes, solos quanto baste e a voz de Lex Thunder a chicotear o canal auditivo num registo bramido, a testar a extensão vocal. Ainda não refeitos do primeiro orgasmo sonoro, já “Aggressive Hauntings” penetra de novo até ao tímpano. Bombos a cavalgar e o ritmo introdutório desagua num punhado de riffs gritantes. Não seria necessário ouvir mais para perceber o que os Midnight Priest fazem – Heavy Metal típico dos anos 80 e 90, com peso e garra. O som é algo nostálgico mas ao mesmo tempo contemporâneo, apenas porque tem um cunho próprio, apesar de alguma colagem a um estilo muito explorado e que levou muitos de nós ao caminho do Heavy Metal. O álbum tem mais para oferecer, mantendo a ereção até ao fim, sempre a rasgar, esfaquear na obscuridade. É Metal e mais Metal. Talvez os únicos momentos para recuperar fôlego sejam os temas “Ecsatsy” e “Iron Heart”, onde a voz assume por momentos um registo menos agreste, com alguns versos melodicamente interpretados. “Iron Heart” tem aquele feeling pirata de uma banda alemã muito conhecida por essa temática. Na generalidade, dá vontade de escutar de princípio ao fim e tentar encontrar os fantasmas que nos atormentam.

Os Midnight Priest asseveraram um percurso impetuoso até à atualidade, com uma postura genuína e afirmativa. Sem negar as influências, vestiram literalmente a indumentária Metal e já contam com um EP e três álbuns. “Aggressive Hauntings” demonstra a capacidade técnica dos músicos, numa produção equilibrada, embalado por um arranjo gráfico coerente com a estética e conceito. São pouco mais de 35 minutos de Heavy Metal produzido em Portugal, por Portugueses. Almejaram e conseguiram uma rodagem por alguns palcos nacionais e fora do país, o que lhes granjeou um maior número de fãs. A carreira da banda ainda trará outros trabalhos. A expectativa vai aumentar quando anunciarem a edição de novo álbum, o que ainda pode demorar, ou talvez não. Por fim, refiro apenas que consegui não mencionar as referências óbvias dos Judas Fate ou Mercyful Priest! Ah! Bolas! Acabei de o fazer. Ou não!

Foto: “DR”

Músicos (da esquerda para a direita)

Steel Bringer - Guitarras

Joe Dalton - Baixo

Lex Thunder - Voz

Alex "War Tank" - Bateria

Iron Fist - Guitarras


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