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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

King Baal – "Conjurements"

Reis e demónios do Heavy Metal

King Baal – "Conjurements"

Lançamento: 2021

Sonoridade: Doom Metal, Heavy Metal, Symphonic Metal

Editora: WormHoleDeath

Produção: Narciso Monteiro (ou The Devil Himself – como a banda indica)

Capa: João Fitas (?)

Formato: Digital (audição em streaming)


Lista de músicas:

1 - Pseudomonarchia Daemonum

2 - The Grand Judgement

3 - Fragments

4 - Immortality

5 - Solomon's Arrival

6 - Let's Murder Together

7 - Touched by the Kiss of Lucifer

8 - Geradiel


O início do álbum "Conjurements" dos King Baal é bastante prometedor. “Pseudomonarchia Daemonum” é a primeira música das oito incluídas neste trabalho. O som de um coro Gregoriano, embora não sendo orgânico, desagua num pranto lento e pesado de guitarra, augurando uma sonoridade Doom Metal. Este primeiro tema é um instrumental denso e pesaroso, com o Heavy Metal arrastado a impor a ordem. Se de repente a vida se eclipsasse e transitássemos entre o começo e o fim num piscar de olhos, por certo tudo nos pareceria estranho. É isso que acontece se saltarmos da primeira para a última música de "Conjurements". Acordamos para outra dimensão ao escutarmos “Geradiel”. Esta música demoníaca pega no Heavy Metal e carrega no acelerador do Thrash e Death Metal, incluindo ritmos basltbeat, predominância de vocalização gutural, por parte de Narciso Monteiro e declamações com efeito megafone. Um outro universo, talvez devido às características de Geradiel, um demónio que vagueia pelo ar. Pelo meio, desfilam seis composições que exibem diferentes padrões de invocações espirituais. "The Grand Judgement” segue a linha inicial do tema anterior, com melodias de instrumentos de cordas (violinos, violas, violoncelos) a confluir no peso arrastado dos acordes de guitarra. Faz lembrar algumas músicas de Candlemass. Logo de seguida entra a vocalização lírica de Joana Carvalho. Mas quando a vocalista começa realmente a cantar, fica a sensação de algo fora de contexto. Na verdade, o falsete parece fora de tom. Esta vertente sinfónica começa a fazer mais sentido nas músicas seguintes, mas neste tema parece não encaixar. Os King Baal invocam os Deuses do Doom Metal, mas trazem mais elementos para os conjuros. Solos de guitarra verdadeiramente Heavy Metal, a já mencionada vertente Symphonic Metal, com a voz de Joana e algumas orquestrações de fundo, mas também algumas paisagens de pacata solenidade obscura. Oiça-se a conjuração da vocalista no tema “Fragments”. O segundo instrumental “Solomon's Arrival“ traz um lado mais exótico e algo folk ao Heavy Metal dos King Baal.


Entre o nascimento e a morte ocorre a vida e um sem número de acontecimentos inerentes, mas também paralelos. Sobrevivemos, somos felizes, a tristeza visita-nos, lutamos contra os nossos demónios e invocamos espíritos para nos ajudarem. É nesta convergência entre o orgânico e o espiritual que os King Baal encontram inspiração para o ambiente negro das líricas. A densa profundidade temática encontra eco na escrita do Rei Salomão, o que certamente não é fácil de absorver. Este contexto lírico terá muito para explorar. O mesmo acontece com a sonoridade da banda. Embora seja discernida e poderosa ao longo do álbum, o contraste entre a dualidade vocal é algo forçado. Os músicos têm experiências anteriores com outras bandas, no entanto, este projeto lançou agora o primeiro registo. Há por certo alguns aspetos a rever no futuro.


Foto: João Fitas


Músicos (da esquerda para a direita)

Luís Moreira - Bateria

Narciso Monteiro - Guitarras e voz

Joana Carvalho - Voz

João Amorim - Baixo



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