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Foto do escritorDuarte Dionísio

Jarojupe – “Ao Vivo Lisboa – Gartejo”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Ao vivo, do Minho para Lisboa

Jarojupe – “Ao Vivo Lisboa - Gartejo”

Lançamento: 1995

Sonoridade: Hard Rock, AOR

Editora: Independent Records, IRCD95003

Produção: Jarojupe, Anxo Maciel e José Táboas

Capa: Rui Parente

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Undress Me

2 - I Want You

3 - I Can't Live Without You

4 - It's Love

5 - I Remember That Day

6 - Baby I'm Crazy for You

7 - Only for You

8 - I Need a Dream to Live

9 - Open Your Heart


Jarojupe é sinónimo de primórdios do Heavy Metal nacional. São uma das bandas pioneiras dos sons pesados em Portugal, juntamente com outras já mencionadas aqui no Filhos do Metal. Provenientes da zona de Viana do Castelo, a banda traçou um percurso pontuado por edições espalhadas ao longo dos cerca de 40 anos de carreira. Só o facto de continuarem ativos ao fim de décadas é meritório. São relativamente poucos os álbuns lançados, no entanto sempre mantiveram alguma atividade ao vivo, daí não ser de estranhar contarem com três álbuns ao vivo na discografia. “Ao Vivo Lisboa - Gartejo” foi o primeiro desses três, mas também o primeiro álbum de longa duração. O que aconteceu passados quase 15 anos após o início da banda. Antes disso apenas lançaram um single, uma demo e um EP. Eram outros tempos, como já referi inúmeras vezes. A formação dos Jarojupe tem por base a família, ou seja, três elementos são irmãos. Juntos passaram por abordagens diferentes ao Rock, entre o Heavy Metal, Hard Rock, AOR, Rock melódico. Atravessaram a fronteira e trabalharam em Espanha, onde fizeram amizades e produziram música.

Este álbum ao vivo na sala Lisboeta Gartejo foi gravado na fase mais soft em termos de composição. Os nove temas incluídos no CD são muito catchy, com refrões insistentes e estruturas simples. Linhas vocais melódicas em sintonia com as harmonias de fácil apreensão, conjugadas com ritmos moderados. O som é Rock, com matizes de Hard Rock melódico e uma vertente algo romântica no contexto lírico. Os títulos das músicas espelham isso mesmo “I Want You”, “I Can’t Live Without You”, “It’s Love”. Há inclusive um momento na atuação em que Jaime Parente diz – “…vamos agora para um tema, vou dedicá-lo em especial a todo o sexo feminino que aqui se encontra hoje nesta noite na Gartejo…”, o que indica o conteúdo lírico do tema que se seguiu “Only For You”. O início com “Undress Me” é enérgico, a música é ritmicamente empolgante, quase Funky. “I Remember That Day” abre com um solo de guitarra ao qual se colam os teclados numa cadência harmónica, deixando antecipar um tema Hard Rock. Logo de seguida “Baby I'm Crazy for You” mostra também um lado mais rockeiro com a guitarra a ditar as regras, com riffs marcantes. Fica a sensação que os Jarojupe vão beber a uns Van Halen na fase mais melódica. Isto porque alguns sons de teclados e guitarra lembram a banda Norte Americana. O álbum está muito equilibrado em termos de gravação e mistura, com uma execução tecnicamente irrepreensível. Aliás os músicos mostram competência. Baixo muito presente, com apontamentos que se impõem. Um guitarrista a tender para o virtuoso. Baterista seguro, o que fica bem evidente no som bem delineado na gravação. Teclados sempre a captar a atenção, quer seja nos momentos mais melódicos, quer seja nas passagens mais possantes. A voz rouca comanda as músicas para o ambiente pretendido, num registo tacitamente devaneador. Menos agradável é o facto de as músicas serem sequenciais, quebrando o ambiente ao vivo. Este não é um álbum de Heavy Metal. É um registo autêntico de uma das nossas bandas percursoras do género.


Fotos: Iglésias Llano

Músicos (da esquerda para a direita)

Juca Parente - Teclados

Pedro Parente - Guitarra

Jaime Parente - Voz

Sérgio Iglésias - Baixo

Miguel Brito - Bateria


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