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Foto do escritorDuarte Dionísio

In Tha Umbra - “Midnight In The Garden Of Hell”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Saudação ao lado obscuro da mente

In Tha Umbra - “Midnight In The Garden Of Hell”

Lançamento: 2000

Sonoridade: Death Metal, Black Metal

Editora: Hibernia Productions, HB02CD

Produção: Henrique e In Tha Umbra

Capa: Dauthus e Bruno J. S. Correia

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Fumes She Holdeth

2 - The Spring Breathes Horrors

3 - Crescent

4 - Then Did Bore Old Night

5 - Shadow, Caressing Shadow

6 - Thus Hath Silver'd Damnation

7 - Midnight In The Garden Of Hell

Evil Executor, Dark Tales, Sepulchral, Disembowel, Bowelrot são apenas alguns nomes de bandas criadas por Bruno Correia, que viria a fundar os In Tha Umbra em 1996. As diferentes encarnações passadas serviram para cimentar a experiência do guitarrista e vocalista Bruno, que com muita persistência mantém até aos dias de hoje os In Tha Umbra ativos e já com 4 álbuns e 3 EP editados.

Oriundos do Algarve, a banda lançou em 2000 o segundo álbum da carreira com o título “Midnight In The Garden Of Hell”. Nesta aventura obscura há algumas características que se destacam. Assim que “Fumes She Holdeth“ liberta sons das profundezas ouve-se um baterista muito irrequieto, o que remete para sonoridades mais progressivas. Ao longo de todo o álbum demonstra uma vontade de inovar, variando ritmos e construindo castelos de compassos inquietos, ao ponto de se ouvirem as baquetas a chocarem uma na outra. Outro aspeto que se destaca são as dissertações poéticas de Bruno J. S. Correia. Com a voz austera, por vezes cavernosa e por vezes em discurso luxuriante, vai desfilando longos poemas lúgubres entre o Céu e o Inferno. Não são de estranhar referências a Edgar Allan Poe, John Milton, Thomas Gray e Percy Bysshe Shelley. Este abismo trágico e alegórico remete para um ambiente entre o Black Metal e o Gothic Metal, que depois é desconstruído pelos riffs agressivos e cavalgantes, ainda que “melódicos” típicos do Death Metal. O estilo mais apropriado talvez seja o Blackened Death Metal, embora a categorização de sub-subgéneros por vezes seja forçada.

Com uma duração algo longa, as músicas por vezes perdem-se na escuridão que só as chamas do Inferno iluminam, para caminhos com paisagens grotescas. Há alguma insistência nos arranjos que algemam as músicas a fórmulas recatadas. No entanto, o imaginário criado pelos In Tha Umbra e o cruzamento de sonoridades resulta num argumento muito peculiar para o filme que realizam, oferecendo-nos algo de muito próprio. É pena a produção ofuscar um pouco as linhas de baixo e por vezes as guitarras ficarem presas a um pântano sonoro. Novos arranjos, uma gravação mais atual e moderna e uma nova masterização fariam maravilhas a este álbum. O final fica reservado para o tema título, um instrumental que encerra com ambiente místico. É aprazível observar a criatividade e dedicação do Bruno ao longo de décadas. Que assim continue.

Foto: “DR”

Músicos (que gravaram o álbum):

Bob H.J. Sneijers - Guitarras

João Marques - Bateria

Bruno J.S. Correia - Guitarras e Voz

Scott - Baixo


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