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Foto do escritorDuarte Dionísio

Holocausto Canibal – “Gonorreia Visceral”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Canibalismo hemorrágico

Holocausto Canibal – “Gonorreia Visceral”

Lançamento: 2000

Sonoridade: Grindocore, Gore Metal, Death Metal

Editora: So Die Music, SM CD001

Produção: Paul Brandon e Holcausto Canibal

Capa: Zé Pedro

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Vagina Convulsa

2 - Holocausto Canibal

3 - Empalamento

4 - Antropofagia Auto Infligida

5 - Septicemia Vaginal

6 - Carnificina Psicopata

7 - Gorgasmos... Orgásmicos Espasmos Gore

8 - Faixa 8

Um dos expoentes máximos do Grindcore nacional, os Holocausto Canibal iniciaram as edições oficiais com “Gonorreia Visceral”. Pouco mais de 18 minutos de sangue, vísceras e todo um ambiente gore são suficientes para expor a brutalidade extrema da banda. O trabalho de composição musical tem uma expressão relativa no seio de um álbum repleto de sons sugestivos, onde o sexo feminino ganha destaque. Note-se os títulos de músicas como “Vagina Convulsa”, “Septicemia Vaginal”, que é dominado pelos gemidos sexuais de uma mulher, ou “Gorgasmos... Orgásmicos Espasmos Gore” que versa um lado pútrido da vagina. O tema que encerra o álbum, “Faixa 8” é na sua totalidade, uma gravação de um excerto do filme “Braindead” de Peter Jackson. É neste contexto que os Holocausto Canibal expressam as suas ideias e conceções orfeicas, em músicas de curta duração, exceção feita a “Carnificina Psicopata”, que se alonga por mais de quatro minutos. No entanto, a banda deixa claro que a intenção não é transmitir uma mensagem, mas sim constatar a existência de mentes perversas, que em alguma parte do mundo praticam atos hediondos. Este conceito, expresso nas músicas, pode também refletir alguns pensamentos reprimidos, abstrusos que se escondem na mente de alguns seres humanos. Flagelação, putrefação, entre outras tormentas são reais, fazem parte da existência.

Praticando uma sonoridade Grindcore, Death Metal brutal, encontram espaço nesse espetro sonoro para gerar riffs desconcertantes e ritmos algo diversos, entre a aceleração total e algum balanço mais contido, não esquecendo um outro momento de blastbeat. Havendo ainda lugar para tímidos solos de guitarra nas músicas “Septicemia Vaginal” e “Carnificina Psicopata”. O baixo embora pareça discreto tem um papel importante, marcando o lado mais profundo no som. A voz vomita o tradicional estilo gutural fechado, com algumas incursões pelo timbre mais aberto (Arghhhhh!). Segundo a ficha técnica este álbum de estreia foi gravado em 12 horas. Logo não é de estranhar a produção low-fi, ou seja, o resultado é um som pobre, de baixa qualidade. No entanto, esse facto não impede que os instrumentos sejam inteligíveis e até contribua para um certo charme de estilo. Por exemplo, o som da tarola, com preponderância nos médios-agudos e os pratos bem presentes dão um certo carisma às músicas. Claro que os Holocausto Canibal, desde então para cá, já evoluíram bastante, mantendo-se no ativo e produzindo álbuns com muito maior qualidade e densidade sonora. Para isso contribui a colaboração com alguns produtores de renome. Mas isso ficará para outras sessões orgásticas. A verdade é que “Gonorreia Visceral” abriu as hostilidades para uma banda que já percorreu uma boa parte do mundo em atuações avassaladoras, facto que por si só é merecedor de reconhecimento.


Fotos: Helena Valente e Carla Lopes

Músicos (da direita para a esquerda)

Zé Pedro - Baixo

João - Bateria

Carlos - Voz

Nuno - Guitarras


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