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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Heavenwood - "Diva"

Atualizado: 28 de jan. de 2021

O culto da emoção

Heavenwood - "Diva"

Lançamento: 1996

Sonoridade: Gothic Metal, Doom Metal, Melodic Death Metal

Editora: Massacre Records, MASS CD 106

Produção: Gerbard Magin

Capa: M. Herkle at AB.ART Graphix. Heavenwood e T. Hertler (conceito)

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Frozen Images

2 - Emotional Wound

3 - Flames of Vanity

4 - Since the First Smile

5 - Tears of Grief

6 - Moonlight Girl

7 - Judith Heavenwood

8 - Weeping Heart

9 - Frithiof's Saga

10 - Lament

Lembro-me de ter ouvido uma das duas demos de uma banda chamada Disgorged, oriundos de Vila Nova de Gaia, e ter ficado espantado com a intensidade emocional. Quando em 1996 foi lançado o álbum “Diva” de uns Heavenwood tudo fez sentido. Esta banda era uma evolução da outra. Ainda mais espantoso foi o facto de o primeiro álbum da banda ter sido editado pela Massacre Records, editora alemã com créditos firmados no Metal internacional. Começámos a acreditar que Portugal tinha entrado na rota das grandes editoras independentes internacionais. “Diva” carregava a responsabilidade de levar o nome de Portugal pelo mundo e de forma segura, ancorado num género em grande expansão. Muitas bandas com raízes no Death e Doom Metal passaram a incorporar melodias Goth Rock, numa fusão de sucesso. Paradise Lost, Amorphis, Anathema, My Dying Bride ou Tiamat foram alguns exemplos, assim como os nossos Moonspell. Mas os Heavenwood tinham algo de muito próprio, uma beleza melódica de alma Portuguesa.

Desde a abertura com um riff memorável no tema “Frozen Images” até ao final enternecedor em “Lament” – (But I shall always stay by your side), tudo é equilibrado e honesto. E sim, os Heavenwood ficaram ao nosso lado até hoje, apesar das mudanças e dificuldades. O álbum envolve-nos numa teia de linhas melódicas taciturnas, que nos sussurram ao ouvido histórias de amor, lamentações e muita melancolia. Há um constante duelo harmónico entre as guitarras e os teclados, que resulta numa empatia criativa e coerente. A seção rítmica mantém a sobriedade necessária para oferecer a base de trabalho a um desfilar de emoções. A voz permite-se à veleidade de abordagens melódicas góticas no meio de um tom grave e arrastado. Apesar de alguns momentos em que as individualidades musicais de cada membro da banda brilham por si só, é o conjunto, a predisposição do todo que garante a coesão da prestação dos Heavenwood. É notória a inocência e carga emocional genuína da banda. Apoiado numa produção dentro dos parâmetros que tornam a música o elemento principal, “Diva” é sem dúvida um álbum marcante e fundamental no repertório metálico nacional.


Fotos: A&C fotógrafos

Músicos (da esquerda para a direita):

Bruno Silva - Baixo

Ricardo Dias - Guitarras, Vozes

Ernesto Guerra - Voz

José Barbosa - Bateria

João Soares - Teclados

Mário Rui Lemos - Guitarras


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