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Foto do escritorDuarte Dionísio

Grog – “Odes To the Carnivorous”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

Histórias macabras sobre carne

Grog – “Odes To the Carnivorous”

Lançamento: 2001

Sonoridade: Death Metal, Brutal Death Metal, Grindcore, Goregrind

Editora: Shock Wave Records

Produção: Nuno A. Loureiro

Capa: V.J., Grog (conceito)

Formato: CD


Lista de músicas:

1 - Ode to the Carnivorous (Prelude to Brutality)

2 - Corpse Reanimation (The Mutants Revenge)

3 - Fornicators Delirium

4 - Dead Art Collector

5 - Cult of Blood

6 - Terrified

7 - Necrogeek (The Doctor's Diary)

8 - Realm of the Soulless

9 - Raped by a Virgin

10 - Narcissistic Skinblade Reflection


O baixo estrangula o pescoço com cordas possantes, ao mesmo tempo as guitarras desferem golpes certeiros e impiedosos, como catanas dilacerantes, enquanto isso a bateria esmaga o crânio como se de uma marreta se tratasse. Por fim, a voz relata o sucedido, contando a história com todos os detalhes. É este o ambiente do álbum “Odes To the Carnivorous” dos Grog. Este longa duração tem diversas características que o diferenciam da normal brutalidade direta da maioria das edições de Grindcore e Brutal Death Metal. Começando pela voz, Pedro Pedra regurgita espasmos vocais brutalmente profundos. Com predominância ouvimos o grunhido grave típico, mas em algumas passagens somos molestados pelo urrar demoníaco mais aberto e espástico da voz secundária. Com este estilo, o vocalista conta-nos pequenas histórias completas e não poemas gore. Rolando Barros recorre ao blast beat e a muitas quebras de ritmo abruptas, sempre numa grande inquietude. A utilização do kit de bateria é generosa, demonstrando destreza técnica e muita rapidez de movimentos. Guitarristas e baixista não se contentam com a descarga de brutalidade e afinação em tom baixo, fazem da guitarra um instrumento de tortura com muitas arestas cortantes. Entre diversidade de riffs e arpejos ainda aparecem solos tecnicistas. As harmonias contrastam com tanta brutalidade concetual, mas mostram um lado minucioso, quase como retratando um maníaco assassino, que esventra as suas vítimas de forma meticulosa. A produção ajuda a esta precisão dilacerante. Este lado mais clean do som pode não agradar aos fãs mais conservadores do género. No entanto, é essa característica que traz mais-valias num sentido aventureiro. Este segundo álbum dos Grog, editado em 2001, inicia com “Ode to the Carnivorous (Prelude to Brutality)”, uma curta ode aos perseguidores de carne, com sons de Didjiridoo. Este primeiro tema e também “Necrogeek (The Doctor's Diary)” têm um feeling a roçar Slayer, com riffs mais Thrash do que a maioria das harmonias Death Metal dos restantes temas.


Os Grog continuam no ativo e estão quase a celebrar 30 anos de carreira. Antes da edição deste álbum já tinham lançado o CD de estreia, um EP em vinil de 7” e diversas demos. Toda esta atividade é a demonstração da importância de uma das bandas Portuguesas mais importantes do género.


Foto: Chaves


Músicos (da esquerda para a direita)

Rolando Barros - Bateria

Pedro Pedra - Voz

Ivo Martins – Guitarras e didjiridoo

Simão Santos – Baixo e Vozes

Nuno Loureiro - Guitarras



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