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Foto do escritorDuarte Dionísio

Goblin - “Goblin”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Tardos com vestes de metal

Goblin - “Goblin”

Lançamento: 1997

Sonoridade: Thrash Metal, Groove Metal

Editora: Skyfall Records, Movieplay, SKY 85.009

Produção: Goblin e Luis Barros

Capa: Leal, Alexandra Ribeiro, Joana Araújo

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Mountains

2 - Tomorrow

3 - Behind This Fucking Wall

4 - Hand Full of Nothing

5 - Killing Zone

6 - Hard to Explain

7 - Imoral Tests

8 - Too Strong

9 - Mind Enslavement

10 - Don't Give a Fuck

11 - So Distant Now

“Goblin”, o único álbum dos Goblin, foi mais um parto da Skyfall Records e dos estúdios Rec’n’Roll, pais de diversos filhos do metal Português, embora com diferentes casamentos. A banda teve uma carreira curta e com pouca expressão, mas a inquietude social e irreverência musical estavam presentes. Essas eram características do som das bandas que influenciaram a composição do álbum. Ouve-se um cruzamento entre o Thrash Metal, Groove Metal e quase, quase Funk, faltando apenas algum slapping no baixo e mais proeminência na mistura. Saltam à memória as influências de Pantera, Machine Head cruzadas com Scatterbrain, Prong. A voz de João Brasuca é gritada, por vezes com narrações melódicas. O timbre e o estilo aplicado deambulam entre Phil Anselmo, Mike Patton e Whitfield Crane. Por estranho que pareça, resulta numa esquizofrenia própria. O baterista usa e abusa do ride, prato que marca o ritmo, tornando-se um distintivo em várias músicas. Mas o som da bateria está muito presente e tem aquela sonoridade progressiva, muito tight. Guitarras agressivas em constantes devaneios harmónicos (“Hand Full Of Nothing”), com coleções de riffs bastante in your face. Tudo conjugado, a música dos Goblin é como uma hera, desenvolve-se rapidamente enleando-se e ganhando diferentes formas em diferentes direções. Uma sonoridade com muito Groove, embora agressiva, com variações abruptas de ritmo. No entanto, o som refrescante inicial pode tornar-se cansativo para o final do álbum, com alguma repetição de fórmulas. Talvez a inexperiência da banda se note mais nos arranjos, quebrando um pouco a fluidez auditiva de algumas músicas.

Há ainda espaço para baladas com “Hard to Explain” e “So Distant Now”, a oferecerem interpretações de guitarra acústica. O álbum pode ser considerado quase um manifesto socio-político, tendo em consideração as mensagens expressas nas líricas. Há preocupação com a gestão das sociedades e com o trajeto das decisões de quem tem poder para tal. Por certo o dedo de Luis Barros, resulta numa produção coesa e equilibrada, o que liberta a agressividade e peso das músicas. Os Goblin optaram neste álbum por uma sonoridade mais densa, afastando-se do caminho mais comercial e divertido de outras bandas do género. Talvez o Goblin tendesse mais para ser um Tardo bem português a causar pesadelos, em vez de brincar com o som Groovy. Houve uma onda de sucesso nos anos 90, principalmente nos Estados Unidos, em que algumas bandas atingiram os tops e venderam milhões de discos, a tocar uma mistura de Thrash Metal com Funk e Groove. Um dos exemplos mais bem sucedidos foram os Ugly Kid Joe, mas estes tinham muito Rock e arranjos Pop. De qualquer forma os Goblin deixaram um documento no repertório nacional com este “Goblin”.

Foto: “DR”

Músicos (da esquerda para a direita):

Miguel - Bateria

João Miguel - Baixo

Leal - Guitarras

João Brasuca - Voz

Rafael - Guitarras

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