Nascimento prematuro
First Born Evil - “Rebirth Of Evil”
Lançamento: 1998
Sonoridade: Black Metal, Symphonic Black Metal
Editora: Guardians Of Metal, GM 007 CD
Produção: Luis Barros
Capa: Gama Fernandes
Formato: CD
Lista de músicas:
1 - Warfare
2 - The Soulsword of the Firstborn Warrior
3 - As the Black Knights Raid
4 - Overlord
5 - One Final Dawn
6 - Evil Triumph ("Firstborn Pride" Saga: Part I)
7 - In the Kingdom of the White Naga
8 - A Quest for Vengeance
First Born Evil foi uma banda que surgiu em 1995, numa zona onde já tinham nascido outras bandas como The Coven e R.A.M.P. Este projeto da margem sul do Tejo foi a primeira encarnação daquela que viria mais tarde a denominar-se The Firstborn. Com a edição do primeiro álbum “Rebirth Of Evil”, pela Guardians of Metal, os First Born Evil concretizaram o objetivo comum a qualquer banda, conseguir lançar um álbum de longa duração. Personificaram criaturas fantásticas, dragões e guerreiros do universo de J. R. R. Tolkien, envoltas em misticismos ocultos. Pintaram as faces com as típicas características do Black Metal e assumiram a vertente mais sinfónica do Metal negro. Decorria a segunda metade da década de 90, a qual foi pródiga em edições em CD de bandas nacionais dos diversos subgéneros de Heavy Metal. “Rebirth Of Evil” foi colocado à disposição do público em 1998 e mostrou uma banda ansiosa e cheia de ideias, o que se refletiu na urgência em mostrar muito com alguma falta de clarividência.
Esta estreia discográfica da banda assenta num Symphonic Black Metal, com influências de Cradle Of Filth ou Emperor, mas com notórios efeitos colaterais dos gostos pessoais de cada músico. É neste âmbito que surje algum Heavy Metal mais clássico como no início da música que encerra o álbum “A Quest For Vengeance” com um sentimento mais épico. Aliás este tema é talvez o mais homogéneo de todo o conjunto de temas, com um feeling de marcha para a batalha. Em “Overlord” é o riff Thrash Metal que dá o mote para o desenrolar da miscelânea musical. No geral, as composições são um pouco confusas, faltando coerência na estrutura musical. As boas ideias estão presentes em muitos momentos, só que aparecem demasiado compartimentadas, numa amálgama de colagens. Pode dizer-se que este é o caso em que menos seria mais. Ou seja, a tentativa de fazer muito com poucos recursos técnicos pode ter resultado na falta de coesão. Sem dúvida que os First Born Evil procuraram a exploração e a diversificação. No entanto, nem sempre conseguiram resultados que tornassem as músicas memoráveis. É certo que o baterista demonstra vontade de cavalgar a bateria numa demonstração de destreza. Assim como o vocalista faz uso de diferentes abordagens vocais, desde a aspereza média grave, passando por uma voz épica cantada, até aos guinchos tipo Dani Filth ou até King Diamond. Mas o conjunto nem sempre atinge o orgasmo coletivo, ficando-se por prazeres individuais. Até a produção, a cargo de Luis Barros no Rec’n’Roll, não parece ter saído daqueles estúdios com aquele produtor. No meio da interpretação voraz de cada música, as guitarras perdem muito do impacto que deveriam ter. Os teclados conseguem alguns ambientes sinistros, como no instrumental “One Final Dawn”, a fazer lembrar Burzum ou Mortiis. O blastbeat e a utilização proeminente do ride são facetas de destaque, no que à percussão diz respeito. Esta foi uma fase preparatória para o desenvolvimento de músicos e da banda, daí a mudança de nome e até de contexto musical. Um documento interessante.
Fotos: “DR”
Músicos (que gravaram o álbum)
Glaurung Dragonvomit - Voz
Nyx - Guitarras e baixo
Melkor - Guitarras
Wolfchild - Bateria
Helskir - Teclados
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