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Foto do escritorDuarte Dionísio

Devileech - “Leechtron”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Para usar com lubrificante

Devileech - “Leechtron”

Lançamento: 1998

Sonoridade: Death Metal, Technical Death Metal

Editora: CD7, Dicossete, 7002-2

Produção: Kalle, Devileech

Capa: Devileech

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Dispareunia

2 - Two Fingers

3 - Ten Drowned

4 - Extemporaneous Menstruation

5 - Jack the Raper

6 - Paternal Lactation

7 - Stabbing Motion

8 - Inured by the Past

9 - Speedi Spencer

Oriundos do ninho de bandas que é Almada, os Devileech apareceram na cena em meados da década de 90, lançando o único álbum “Leechtron” em 1998. Esta conceção de Death Metal intrincado seguiu a linha dos trabalhos de bandas como Thormenthor ou Disaffected, com uma abordagem mais direta, apesar da execução tecnicamente evoluída. As músicas são de curta duração e consistentes. Ecoam as ondas sonoras do Death Metal elaborado sem exageros tecnicistas, embora com algum trabalho na exploração de harmonias desviantes. Fora de Portugal nomes como Death ou Carcass são referências. Com estes últimos podem encontrar-se semelhanças na utilização de terminologia quase científica em algumas líricas. A leitura dos textos que acompanham as músicas pode tornar-se uma descoberta interessante. Um ambiente entre o sexo, a morgue, carne, sangue e a nua morbidez de uma mente perversa. “Dispareunia” abre o álbum com um rasgo abrasivo de riffs que penetram dolorosamente o silêncio, mantendo a tensão latente de um guincho de porco que se liberta na sua eloquência suína no final da música. Está dado o mote para a viagem alucinante a bordo de “Leechtron”. Convulsões gonorreicas, alucinações libidinosas podem acontecer com a audição de cascatas de acordes pulsantes e ritmos que balançam entre o catártico e o blasbeat. Notas dissonantes, voz gutural arrastada, baixo penetrante completam um trabalho de produção equilibrado que evidencia cada segmento harmónico das composições. A descarga visceral dos Devileech indiciava, por esta altura, um futuro artístico promissor.

Na verdade o álbum passou algo despercebido, como aconteceu a muitos trabalhos ambiciosos editados na década de 90. Curioso o facto de ter sido editado por uma etiqueta ligada à música ligeira, a Discossete, que anos antes já tinha apostado nuns Ibéria por exemplo. Uma característica que reconheci na altura aos Devileech foi o empenho e crença em desenvolver um projeto pungente, capaz de perfurar as barreiras habituais que as bandas de Metal tinham pela frente. A banda continuou, alterando o nome para D’Evil Leech Project e com uma formação diferente. Para a coleção dos álbuns com interesse para escutar hoje e no futuro fica “Leechtron”, um CD de música “ligeiramente” trituradora.

Foto: “DR”

Músicos (que gravaram o álbum)

Diogo Coelho - Baixo

Paulo Marçalo - Guitarras

Nuno Casola - Guitarras

Pedro Fonseca - Voz


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