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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Desire - “Infinity…”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Poesia de sonhos infinitos

Desire - “Infinity... A Timeless Journey Through An Emotional Dream”

Lançamento: 1996

Sonoridade: Doom Metal, Death Metal, Atmospheric Doom Metal

Editora: Skyfall Records, SKY 85.003

Produção: Desire, Luis Barros

Capa: Desire e João Maçarico

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Prologue (Ω)

2 - (Leaving) This Land of Eternal Desires

3 - A Ride in a Dream Crow

4 - The Purest Dreamer

5 - In Delight with the Mermaid

6 - Forever Dreaming... (Shadow Dance)

7 - Epilogue (α)

Sem saber onde estava, ela ouviu o ressoar longínquo de um coração em sofrimento. Assim pensou! Seguiram-se melodias que embalavam a incerteza. Afinal era o seu próprio sentimento que exalava ansiedade. Os ventos sopraram e dispersaram as lágrimas que lhe escorriam pela face. Nesta dança do destino, o desejo eterno que lhe corroía a alma falou mais alto e ao som das densas lamentações do céu em chamas, a vasta eternidade mostrou-lhe que o desejo era afinal tristeza infinita. Aprisionada no seu destino chorou de desejo, lágrimas de sangue escorreram até à vastidão do mar… A morte não era o fim, apenas a passagem do Corvo imortal voando, pecando, amando.

Navegando à deriva pelos mares dos sonhos, seguindo o bater das asas do Corvo, envolta pelas sombras do passado, ansiava por refúgio. Languidamente, nas suas vestes negras, encontrou o pecado na pele nua de uma figura erótica. O desejo eclipsou a ténue luz da lua e na obscuridade começou uma dança de luxuria. De olhos cerrados voou e perdeu-se por terras desconhecidas. Nas asas do Corvo encontrou prazer e descobriu o reflexo do seu sofrimento, sempre eterno, o reflexo do seu corpo. Estava só na sua virtude, na sua sabedoria. Não havia ninguém, só ela, o mar e o Corvo, dançaram com o infinito. A luz ofuscou a melodia da escuridão. O ritmo dos tambores era incerto, titubeante.

A estranha voz que a perseguia vinha do fundo dos sonhos. Era pura mas blasfema. Alimentava-lhe o desejo de encontrar a sereia nos mares vastos e escuros. Para voltar a tocar o anjo de asas negras. Voltar a amar e lembrar o mais puro dos sonhos. Em delírio, abandonou o Corvo e mergulhou nas profundezas do mar. Encontrou-se a si própria, desconcertante, em eterna tristeza. Ouviu a sua voz doce, verteu uma Lágrima de dor. Encontrou a Chama que lhe tocou os lábios, esqueceu a dor e perscrutou a penumbra, através da Névoa, em busca do amor desalentado. Os mais puros sonhos foram a sua perdição. Dormir não a fez esquecer, apenas a levou até aos horizontes do conhecimento, na constante luta e procura pelo Amanhecer.

Na sua alma sentiu o prazer de ter encontrado a sua sereia. Agradeceu ao Corvo. As águas espelhadas e negras não esconderam a verdade. Ela é a sereia. Ao espelho contorceu-se e mirou-se em danças narcisistas. Encantada. A despedida. Uma última lágrima caiu. A semente da mentira. A ilusão. A desilusão para sempre. A viagem pelos mares e terras desconhecidos, o Corvo, para sempre nos sonhos, a alimentar o desejo dela própria em reflexos sinistros. Só, pela eternidade. Dançando ao som dos feitiços eternos. Sofrendo por toda a infinidade. Ainda ouviu os sussurros e a voz, a voz terrífica que clama pelos seus desejos. O murmúrio atroz e constante das notas graves. Acordou! Era apenas um sonho.

Foto: Rui Ferreira

Músicos (da esquerda para a direita):

Dawn - Piano e teclados

Flame - Bateria e percussão

Tear - Vozes

Mist - Guitarras elétricas e acústica


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