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Foto do escritorDuarte Dionísio

Commando - “Love Songs #1…”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Punkada por amor

Commando - “Love Songs #1… (Total Destruction, Mass executions)”

Lançamento: 2020

Sonoridade: Thrash Metal, Crossover, Hardcore, Punk

Editora: Firecum Records, CUM032

Produção: Paulo Vieira

Capa: Francisco Marcatti

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Metal Is the Lei

2 - Moshpitas

3 - Ancharge

4 - Não Queremos um Split com Agathocles

5 - Fart in the Night

6 - Buh! You're Dead!

7 - Ichi Ni San

8 - Skin

9 - É Isso, Não Mexas Mais

10 - Suine Repelent

11 - Daisy

12 - Crosta (Fodida)

13 - Black Thrash dos 80's

14 - Bossavelha (Suruba em Ipanema)

15 - Therapy!

16 - Isto Não é Nada Slayer

O momento mais insólito do álbum “Love Songs #1…” é o final do último tema “Isto Não é Nada Slayer”, com um solo de guitarra a terminar em fade out. Ou talvez não seja assim, porque a mistura camaleónica de subgéneros surpreende-nos ao longo dos 16 temas. Mas o solo de guitarra é único, encerrando uma música que não é nada parecida com Slayer! Thrash Metal é a camada superficial mais evidente, num álbum com alicerces no Punk. O som é cru, agressivo, mas consistente. Transmite aquela vibração underground, mas com a consciência de que deve ser mesmo assim. Isso deve-se à experiência dos músicos, o que lhes permite deambular por uma miríade de sonoridades: Punk, Hardcore, Thrash, Death, Doom, Black, Grindcore, onde o Heavy Metal é a lei. O álbum é um conjunto de músicas que de forma independente compõem um todo. Ou seja, cada uma tem a sua personalidade estilística, tendo esse propósito um objetivo comum. Essa congruência é o conceito sem o ser. Porque é a ironia e o humor que servem como elo de ligação. Tudo parece contraditório e talvez seja. Agora que a confusão está instalada, o melhor mesmo é ouvir “Love Songs #1…”.

Tecnicamente falando, os Commando exploram os riffs mais básicos dos diferentes subgéneros do Metal. Com um som de guitarra ríspido, ora em acordes soltos, ora em palhetadas rápidas em tremolo. O baixo acompanha os ritmos sem floreados. A voz dá o mote para o desfile de diferentes coloridos, desde gutural, falada, gritada, enfim toda a parafernália de estilos. A bateria é um motor versátil capaz de oferecer ritmos compassados, acelerar na cavalgada Thrash e até blast beat por segundos. Pelo meio, há um ou outro efeito sonoro com chuva, flatulência, sons brasileiros, enfim pequenos devaneios. Este álbum de canções de amor pode ser visto como uma manta de retalhos ou como uma enciclopédia, depende do ponto de vista. Sem ser exaustivo, realço “Skin” como o momento lúdico Death Doom Melódico para os Nórdicos. “Ancharge” é o consultório psicológico. “Ichi Ni San” e “Daisy” são delícias Flower Power de cariz social. “Moshpitas”, “Buh! You're Dead!” e “É Isso, Não Mexas Mais” são exercícios de auto análise. Toda esta execução em massa resulta, penso eu, de uma abordagem descontraída relativamente à composição de músicas Heavy Metal em Portugal e não só. Não sei, nem quero saber qual o fito, é assim e pronto. De referir que a capa é da autoria do cartoonista Brasileiro Marcatti, que fez as capas dos álbuns “Brasil” e “Anarkophobia” dos Ratos de Porão. “José, tem uma intro!”

Fotos: Andreia Vidal

Músicos (da esquerda para a direita):

Rui Vieira - Voz, guitarras e baixo

José Alexandre Graça - Bateria

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