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Foto do escritorDuarte Dionísio

Blame Zeus - "Seethe"

Atualizado: 28 de jan. de 2021

A ebulição de Zeus

Blame Zeus - "Seethe"

Lançamento: 2019

Sonoridade: Alternative Metal, Progressive Metal

Editora: Rockshots Records, RSCD070

Produção: Ricardo Fernandes and Blame Zeus

Capa: Gustavo Sazes

Formato: CD (audição em streaming)

Lista de músicas:

1 - How To Successfully Implode

2 - Déjà Vu

3 - Down To Our Bones

4 - White

5 - Bloodstained Hands

6 - The Obsession Lullaby

7 - Into The Womb

8 - No

9 - The Warden

10 - The Crown And The Gun

A evolução que o Heavy Metal em Portugal teve ao longo de décadas fervilha em “Seethe”. Era impensável nos anos 80 conseguir o equilíbrio que os Blame Zeus apresentam neste terceiro longa duração de originais. Produção coesa e competente, um som contemporâneo e compacto, músicos tecnicamente evoluídos, grafismo profissional e agradável, um lançamento coerente. Nota-se a utilização de muitas das ferramentas que a tecnologia atual oferece. Sem dúvida que a sonoridade é menos orgânica que no passado distante, mas em nada compromete a proficiência técnica. Talvez seja este o som que promove a banda a uma maturidade sempre desejada. Há um esforço em elevar a capacidade de composição, mas soa muito natural quando ouvido repetidas vezes. Nesta coleção de 10 músicas há uma sensação de intensidade controlada, só conseguida pela capacidade adquirida com a experiência de uma banda moderna.

O álbum possui um conceito de introspeção, quer pela profundidade lírica, quase poética, expondo pensamentos e sentimentos reprimidos, quer pela progressão harmónica densa. Ouve-se com prazer alguma complexidade rítmica sem urgência, apesar da tensão criada. Escuta-se agressividade, mas com um autodomínio que mantém as músicas equilibradas. Todas as harmonias permitem as melodias vocais sobressair e contar a sua história. Cada peça musical contém balanço e um groove intrínseco, havendo uma diversidade de ambientes desde a discussão gritada entre todos os instrumentos, ao diálogo intimista entre voz e baixo. Rock rasgado, um piscar de olhos ao Pop na construção melódica de alguns excertos, umas pitadas de Prog Metal e a contemporaneidade de um Metal do presente. Se as influências vierem de dentro, só pode ser motivo de orgulho. Ramp é um nome que vem à memória auditiva. A música “No” é um exemplo. Talvez pela admiração, Rui Duarte foi convidado a dar voz de forma competente na música “Down To Our Bones”. Se o Rui é o vocalista com os créditos que lhe são reconhecidos, isso só contribui para realçar as qualidades da Sandra Oliveira nas harmonias vocais que gravaram. Se a culpa é de Zeus, que ele continue a fazer asneira no Olimpo.


Foto: João Fitas

Músicos (da esquerda para a direita):

Tiago Lascasas – Guitarra

Ricardo Silveira – Bateria

Sandra Oliveira – Voz

Celso Oliveira – Baixo

Paulo Silva – Guitarra


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