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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Black Widows - “Sweet… The Hell”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

Doces tentações no Inferno

Black Widows - “Sweet… The Hell”

Lançamento: 2002

Sonoridade: Gothic Metal, Power Metal

Editora: Recital Records, BOX014

Produção: Black Widows

Capa: Rui Lopes

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Falling Moon

2 - Womb

3 - In Dearing

4 - Life's Wish

5 - Awaken

6 - Sweet...The Hell

7 - Unleash the Tears of a Rose

8 - In Death

9 - She Decided to Die

10 - The Overcome

11 - Awaken (radio edit)

A primeira banda totalmente constituída por elementos do género feminino a compor, escrever e tocar originais de Heavy Metal em Portugal. Basta esta afirmação para percebermos a singularidade das Black Widows, banda proveniente de Almada. Sendo um facto comum noutros países, em Portugal não era nem é, apesar de atualmente muitas mulheres cantarem ou tocarem em bandas de Metal. A verdade é que formar uma banda só com meninas nos anos 90 foi tarefa difícil, mas o objetivo foi alcançado. Depois de apresentar duas demos ainda antes do final do século, as Black Widows lançaram um EP em 2001 e este álbum “Sweet… The Hell” em 2002, ambos pela Recital Records. Apesar de alguma curiosidade despertada na comunicação social, foram poucos os meios que deram espaço à banda para se mostrar. Isto porque o Heavy Metal não tem lugar nos média generalistas, ou muito raramente é notícia, a não ser em casos de tragédia, mas não vou por esse caminho. Sem olhar para trás e com uma resiliência ímpar, Rute Fevereiro, mentora, vocalista, guitarrista, letrista e principal compositora levou em frente o projeto até à edição de discos, concertos de promoção e tudo o mais que apareceu pela frente. Rute ultrapassou as muitas alterações de formação, umas naturais outras nem tanto, como o falecimento da teclista Carla Marques em 1999, a quem “Sweet.. The Hell” é dedicado.

Musicalmente o álbum mergulha nas águas obscuras do Gothic Metal e encontra no fundo revolto, maneirismos Power Metal, alguns riffs “thrashados”, um apelo ao lado sinfónico e apontamentos de Black Metal. Notava-se a busca por uma identidade própria, que não se dispersasse na tempestade de sucessos de uns Nightwish, Lacuna Coil ou Within Temptation. “Sweet… The Hell” é um álbum com peso, mais pesado do que o trabalho anterior. Apesar de algumas melodias delicodoces, no geral sente-se densidade e negrume. O contexto lírico versa vida, morte e o que há para além desses momentos, remexendo nas experiências de vida de uma mulher de armas e mãe (“Womb”). Enquanto frontwoman, Rute expõe as suas capacidades vocais com abordagens diversas, ora em performance operática com uma tessitura de mezzo-soprano, ora em trabalho operatório a puxar pelas entranhas do Death Metal. As guitarras rompem o éter com harmonias devastadoras (“In Death”) e solos eloquentes. Os sons dos teclados dão o aveludado ao som ríspido e aos ritmos, por vezes speedados da bateria. É esta secção rítmica que agarra as composições e as mantém no terreno metálico. Não há perfeccionismo na execução instrumental, mas há um equilibro na mistura final, trabalho de Luis Barros e Carlos Guimarães, nos estúdios Rec’n’Roll, que permite a audição de todos os instrumentos. De assinalar a prestação de Gunther Theys (Ancient Rites e Danse Macabre) com vocalizações nos temas “Life’s Wish” e “Awaken”. Estas músicas ganham vida própria e engrandecem o álbum com a voz Black Metal de Gunther, que também mostra o lado gótico. Acima de tudo o álbum é uma afirmação da perseverança.


Fotos: João Moura

Músicos (da esquerda para a direita):

Chris - Bateria

Rute Fevereiro -Voz, Guitarras

Marta - Teclados

Cláudia - Baixo



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