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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Attick Demons - “Daytime Stories, Nightmare Tales”

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Contos ocultos e outras histórias

Attick Demons - “Daytime Stories, Nightmare Tales”

Lançamento: 2020

Sonoridade: Heavy Metal, Power Metal

Editora: ROAR! Rock Of Angels Records, ROAR2013CD e ROAR2013LP

Produção: Hugo Andrade

Capa: Mayte CG

Formato: CD, LP (audição em MP3)

Lista de músicas:

1 - Contract

2 - Make Your Choise

3 - Renegade

4 - The Revenge Of The Sailor King

5 - Hills Of Sadness

6 - Headbanger

7 - Devil’s Crossroad

8 - O Condestável

9 - Running

Primeiro – Ouvir “Daytime Stories, Nightmare Tales” sem pensar no que os Attick Demons já escreveram e gravaram no passado.

Segundo – Esta é uma estreia aqui no Blogue. É o primeiro álbum que apresento em antecipação, antes da data de edição. Passado, presente e futuro, sempre à descoberta do Heavy Metal em Portugal.

Terceiro – Heavy Metal é o género musical que serve de base à existência do “Filhos do Metal”, o que este álbum nos oferece é isso mesmo – Heavy Metal. Logo este é o lugar certo para o apresentar.

Agora que estamos esclarecidos, resta aconselhar a que não oiçam esta coleção de músicas. Isso mesmo, por favor não oiçam. Já que ainda não está à disposição de todos é bom avisar. A audição de “Daytime Stories, Nightmare Tales” é um perigo, pode causar dependência! Além disso, com tantos subgéneros a desfilarem pela passerelle da moda, pode causar estranheza escutar as “malhas” que nos fizeram gostar deste estilo musical. Por tudo isso e para não desgastar o que está bem feito, não oiçam. Deixem lá isso, eu oiço por vocês em loop. E como já o ouvi… digamos… algumas vezes, posso relatar as histórias algo misteriosas ou até bem lusitanas que o álbum explora no contexto lírico. São narrações de batalhas contra demónios e fantasmas no armário, que saem à noite e nos lembram que durante o dia temos de viver atormentados por outras guerras. A perda de esperança ou a força de vontade para lutar até ao fim são os nossos pesadelos e sonhos, com os quais lidamos. Depois há a Portugalidade ancestral e a alusão a Nuno Álvares Pereira, no tema “O Condestável”, que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal defendeu a sua independência de Castela.

A composição é clássica. Facilmente se sentem as influências icónicas de Iron Maiden, Saxon, Judas Priest, Riot, só para citar algumas das bandas que fizeram da New Wave Of British Heavy Metal um marco na história do género. No entanto, o desfilar das músicas traz algo mais. Os riffs são pesados a fazer lembrar o Power Metal alemão de uns Helloween ou até Running Wild. E depois há também aquela sensação de ser Português, não consigo entender porquê! Será porque são uma banda bem Portuguesa a compor e a escrever de forma equilibrada, consciente e dedicada? Deve ser isso. Se dúvidas houvesse, aquela música “O Condestável” tem tudo, incluindo alguma tradição musical com a utilização de bandolim, cavaquinho e braguesa. A voz de Artur Almeida possui uma tessitura muito interessante, com capacidade de atingir notas altas, o que lhe permite cantar seguindo a tradição dos vocalistas de Heavy Metal tradicional ou até épico. O instrumental é bastante sólido e diversificado. Há músicas up-tempo como “Contract” ou “Running”, outra down-tempo em jeito balada “Hills Of Sadness”. Na generalidade o álbum é equilibrado, com solos de guitarra bem desenhados, refrões marcantes (“Make Your Choice”), mudanças de ritmo sem quebrar as músicas e uma produção eficaz, para que todos os instrumentos brilhem. Há competência técnica, destaco o trabalho de Ricardo Oliveira, que faz parecer fácil marcar o ritmo e ainda desenhar uns breaks de bateria trovejantes. Uma referência à capa desenhada por Mayte CG, que espelha o conceito de forma exemplar. Por tudo isto, não vale a pena ouvirem o álbum. Deixem-se disso, afinal este é “apenas” um álbum de Heavy Metal como deve ser feito, em que uma editora Grega (ROAR) acreditou.

Foto: Rui M Leal

Músicos (da esquerda para a direita):

Artur Almeida - Voz

Nuno Martins - Guitarras

Dário Antunes - Guitarras

João Clemente - Baixo

Ricardo Oliveira - Bateria


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