Uma máquina sem freio
All Against - “Feed The Machine”
Lançamento: 2018
Sonoridade: Thrash Metal
Editora: Edição de autor
Produção: Miguel Tereso
Capa: Threadbare Artwork
Formato: CD EP e digital (audição em streaming)
Lista de músicas:
1 - Strip You To The Bone
2 - Feed The Machine
3 - Weapons Of Mass Distraction (WMD)
Direto com curvas, pesado sem demasiada saturação, contemporâneo a fazer lembrar outros tempos, montanhas de riffs com vales de melodia. É isto tudo e mais em apenas 13 minutos e 9 segundos. Por muito contraditória que pareça a descrição inicial, a música dos All Against, apresentada neste EP “Feed The Machine”, abarca o contraditório da sociedade e da influência que ela tem em todos nós. Confuso? Sim, porque vivemos num mundo desordenado. Por isso mesmo a banda vai direto ao assunto com uma temática incisiva sobre consumismo, controlo da população, poderes instalados, manipulação, no fundo o funcionamento da sociedade contemporânea. Mas fá-lo com um discernimento e criatividade na composição, sustentando o discurso com ritmos pesados e harmonias contagiantes. Há peso sem exagero na densidade, deixando espaço para que todos os instrumentos respirem, se façam ouvir e sentir. Garantidamente resultado do trabalho de Miguel Tereso nos estúdios Demigod, Há aqui um padrão de qualidade na gravação, mistura e masterização das músicas, o que exalta a contemporaneidade do som. No entanto, essa característica só contribui para realçar o Thrash Metal no seu melhor dos anos 80 e 90 e fazer-nos lembrar bandas como Testament, Megadeth, Overkill ou Machine Head. Só que “Feed The Machine” consegue ombrear a nível sonoro com as edições mais recentes dessas grandes bandas. Ouvem-se paredes sonoras de riffs agressivos, intercaladas com janelas de solos ou passagens mais melódicas. Há refrões que ficam na memória saídos de uma voz ríspida, feroz, mas percetível. E há uma secção rítmica muito marcante e competente.
Os All Against são uma banda recente, com origem em Odivelas. Nasceram por iniciativa do guitarrista Bruno Romão, que tem vindo a juntar músicos para conseguir uma formação estável. Em 5 anos, gravaram dois EP e um registo ao vivo, mas “Feed The Machine” foi o primeiro a mostrar uma faceta mais profissional. São notórias influências passadas de uma linha Hardcore e Punk, quer na imagem da banda, quer nas composições. Até porque em projetos anteriores o guitarrista navegava nessas ondas sonoras. Atualmente o som é mais polido. É evidente que a banda não procura ser o expoente máximo da originalidade, pelo contrário utiliza os paladares que lhes agradam e cozinham à sua maneira as receitas dos mestres. Fica a expetativa para o primeiro álbum completo. Conseguindo abrangência de ideias e a parceria com Miguel Tereso, o resultado poderá surpreender.
Foto: Luis Silva
Músicos (que gravaram o EP):
Rui Miguel - Voz
Luis Silva - Baixo
André Carvalho - Guitarra
Bruno Romão - Guitarra
Cristiano Estevão - Bateria
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