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  • Foto do escritorDuarte Dionísio

Ibéria – “Heroes Of The Wasteland”

Atualizado: 27 de jan. de 2021

Heróis de metal

Ibéria – “Heroes Of The Wasteland”

Lançamento: 1990

Sonoridade: Hard Rock, Glam Metal, Hair Metal, Heavy Metal

Editora: Discossete, LP-688

Produção: Francisco Landum e Ibéria (co-produção)

Capa: Armando Modesto

Formato: Vinil LP 12"


Lista de músicas:

A1 - Deep Cuts the Knife

A2 - Heroes of the Wasteland

A3 - México

A4 - I'm Not a Fool

A5 - Rock'n'Roll Star

B1 - Got to Run

B2 - Please, Please

B3 - Stripteaser

B4 - Do You Wanna Die?

B5 - China Girl


Hoje em dia é mais comum termos edições em vinil de bandas de Metal em Portugal. Para além de ser uma peça de colecionismo, quase que assume o papel de merchandising. Na verdade a rodela preta ou colorida é um fonograma de elevado prazer auditivo, pelo menos para os audiófilos. Por isso mesmo, revisitar “Heroes Of The Wasteland” dos Ibéria, na edição limitada de 1990 em vinil é motivo de contentamento. Mais ainda se tivermos em consideração que estas edições de Heavy Metal nacional eram escassas há 30 anos atrás. Quem conseguisse esse feito era um herói. Os Ibéria não só atingiram essa meta tão cobiçada por duas vezes, como confirmaram a evolução da banda. “Heroes Of The Wasteland” foi uma demonstração de garra e vontade de produzir música de qualidade. Apesar das mudanças na formação, do primeiro para este segundo álbum. O guitarrista Francisco Landum manteve o seu papel de compositor, mas as seis cordas passaram a ser da responsabilidade de Toninho. E atrás da bateria sentou-se Tony Duarte, completando o quarteto com João Sérgio no baixo e João Alexandre na voz.


A sonoridade do álbum amadureceu e endureceu. Mantendo algumas das características do álbum de estreia, a banda acelerou os ritmos e apostou em líricas com maior profundidade temática. As alusões ao estilo de vida Rock’n’Roll e vida boémia não foram abandonadas, estando espelhadas nas músicas “Rock'n'Roll Star” ou “Stripteaser”. No entanto, neste álbum há mais questões sociais para explorar. Por exemplo, o Tema “México” aborda o S.M.O. (Serviço Militar Obrigatório), que afetou imensos jovens, contrariando a vontade de não ingressar na tropa. Muitas vezes, castrando uma vida que ficava em suspenso pela obrigatoriedade militar. Se “México” tem um feeling quase Punk, “Do You Wanna Die?” é o tema mais arrojado do álbum. Arrisco que é para os Ibéria o que foi “Bohemian Rhapsody” para os Queen ou “Stairway To Heaven” para os Led Zeppelin. É uma música complexa, épica, longa (com mais de 9 minutos) e com intensidade lírica. Para além disso, vai mais longe na densidade sonora, contendo alguns riffs pesadões de Thrash Metal. Se esta música fosse regravada com os recursos atuais, não tenho dúvidas que seria bastante forte, isto porque a energia estava lá. O Hard Rock/Glam Metal que a banda encarnou sofreu um aumento de potência e isso ficou demonstrado nos temas mais up tempo como: “Heroes of the Wasteland”, “México” e “Got to Run”. A audição atenta de “Heroes Of The Wasteland” mostra a abrangência na composição. É possível encontrar abordagens quase Speed Metal, sendo o Heavy Metal e o Hard Rock a base. Os momentos onde a guitarra acústica entra criam aquele ambiente mais melancólico, para nos incutir um espírito introspetivo. Depois há todo um instrumental com maturidade e capacidade técnica para sustentar um álbum com peso. Talvez o único aspeto menos consentâneo com o trabalho desenvolvido seja a produção. Os instrumentos estão todos lá, audíveis e equilibrados, mas as guitarras têm um som algo plástico. Ouve-se uma distorção sem corpo, a necessitar de mais profundidade. Mas é preciso não esquecer que ainda decorria o final dos anos 80. Um álbum de heróis para heróis!


Foto: Cameraman Metálico


Músicos (da esquerda para a direita)

João Alexandre - Voz e guitarra

Tony Duarte - Bateria e coros

João Sérgio - Baixo, sintetizador e coros

Toninho - Guitarras e coros



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