Duarte Dionísio

3 de nov de 20202 min

The Ransack - “Azrael”

Atualizado: 27 de jan de 2021

O anjo da morte e o homem

The Ransack - “Azrael”

Lançamento: 2007

Sonoridade: Death Metal

Editora: Recital Records

Produção: Daniel Cardoso

Capa: Luis Fonseca

Formato: CD

Lista de músicas:

1 - Aftermath

2 - Roar

3 - Styx

4 - Homo Superior

5 - Blood Stain

6 - Memento Mori

7 - Exorcise

8 - Psycho

9 - Predator

10 - The Harbinger

11 - Ammit

O caos está instalado e a única saída é a morte. Montanhas de cadáveres, lagos de sangue, céus de fogo, almas em ascensão para o abismo. Nem as memórias perduram, nem os deuses salvam. Exterminação e esquecimento preenchem o horizonte. É assim “Azrael” o primeiro longa duração dos The Ransack, banda do Norte de Portugal, editado em 2007. Um petardo Death Metal que explode e espalha destruição, mas fá-lo com requinte. As músicas vão detonando umas a seguir às outras em ritmo veloz, de forma consistente, qual dinamite a rebentar pedreiras. Só que em cada rebentamento é deixado um rasto de riffs densos e bem trabalhados. Há uma cadência premeditada para carimbar a memória auditiva com harmonias cativantes, amparadas por um baixo profundo, com apontamentos subtis de qualidade superior. A bateria é estanque, coesa, massacrando qualquer ser vivo que se atravesse nesta viagem de “Azrael”. O anjo da morte transporta as almas para o além e espalha a mensagem com uma voz gutural, hostil, bem definida na mistura final do álbum. Todo o álbum é portador de uma produção sólida e equilibrada, pela mão de Daniel Cardoso, com uma mistura e masterização de bom nível. Talvez os pratos da bateria necessitassem de mais brilho e evidência, mas é um pormenor no meio de tamanha força musical. Esta só abranda sensivelmente a meio dos quarenta minutos de duração, quando surge o instrumental “Memento Mori”. Os restantes dez temas são Death Metal, com pequenas incursões Thrash, mas sempre com um sentido apurado de melodia, sem comprometer a carga de brutalidade. “Roar” é incisiva, com o duplo bombo a comandar. “Homo Superior” tem partes mais aceleradas, com blastbeats esparsos, contrabalançados com harmonias de guitarra mais serpenteantes. Nos temas “Predator” e “The Harbinger” conseguem ouvir-se riffs repetitivos insistente quase Black Metal. Este primeiro álbum da banda permite a descoberta de muitas frases musicais interessantes, apresentadas de forma bem arranjada.

Os The Ransack chegaram até à edição de “Azrael” depois do percurso habitual. Formados no início do século, gravaram demo, single e um EP, antes do lançamento deste álbum de estreia. No entanto, chegaram a este patamar com maturidade para compor 11 músicas potentes, com os objetivos bem definidos. Desse período até à atualidade têm mantido a atividade com a edição de álbuns e aparições ao vivo. Uma banda com carisma e consistência.

Foto: “DR”

Músicos (que gravaram o álbum)

Jay - Baixo

Zeus - Bateria

Loki - Guitarras

Shore - Voz e Guitarras

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